Por Nestor Roqueiro*
Passado o tempo de eleições para a Reitoria, espero que agora o movimento docente se concentre na perda de poder aquisitivo do nosso salário, que periga ser de mais de 40% desde 2015 até o fim do ano em curso.
Temos uma Assembleia Geral Extraordinária chamada para esta quinta-feira, dia 28, com as perdas salariais como tema principal, e com outros temas relevantes, como o financiamento da universidade em diversas áreas.
Espero que o tema “financiamento da universidade”, de alçada prioritária
da administração central da UFSC, não ofusque o tema principal do Sindicato neste momento, que é o das perdas salariais decorrentes da inflação.
Dito isto, gostaria de lembrar a pífia atuação dos sindicatos nacionais na defesa dos nossos salários no decorrer das duas últimas presidências da nação. É importante lembrar para não cair na lorota de que sem sindicatos nacionais não podemos reivindicar questões trabalhistas. Podemos, sim, se estivermos organizados e mobilizados. E nesta quinta-feira é a nossa vez de mostrar que isto é possível. Com participação, com foco, desenvolvendo
uma estratégia de luta e nos engajando nela.
Em relação aos sindicatos nacionais, o Proifes espera, eternamente, a instalação de uma mesa de negociação o que não vai acontecer nesta gestão. Esta característica está no seu DNA, desde sua criação, como sabemos da sua atuação em governos anteriores, e é uma característica absolutamente inútil nos tempos atuais. Como sindicato nacional, está
estagnado há muito tempo.
O Andes está congelado no tempo, como um Mamute Lanoso das estepes siberianas, tem a mesma utilidade. Podemos colocar ele em uma vitrine para que os mais jovens saibam como era o sindicalismo de antanho, e pode ser objeto de estudo de paleontólogos, ou então servir de totem para algum culto ancestral ao sindicalismo primitivo. Está tão fora da realidade de hoje em dia que no encontro de Lula com as centrais sindicais, quando foi entregue um documento com as reivindicações dos trabalhadores organizados, nem participou.
Portanto, colegas, não temos sindicato nacional que lute por nós, mas não estamos sós se estivermos juntos nesta luta.
*Professor do Departamento de Automação e Sistemas do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (DAS/CTC/UFSC)