Após a denúncia do gabinete paralelo de pastores, já veio à toda a propina cobrada em ouro, a compra de Bíblias com publicidade, os ônibus superfaturados, as ‘escolas fake’ e o kit robótica
Sem vínculos com o setor de ensino e sem possuir cargo público, um grupo de religiosos comandava a agenda do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. O chamado “gabinete paralelo de pastores” foi o primeiro de uma série de escândalos revelados pelo Estadão que atingiram o Ministério da Educação neste ano. As denúncias envolvem, ainda, pagamentos de propina, preços inflados em pregão e até a construção de “escolas fake”.
As denúncias levaram à abertura de investigações no Tribunal de Contas da União, no Ministério Público e podem se tornar objetos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito articulada no Senado.
Em março, o Estadão mostrou que o gabinete de Milton Ribeiro foi capturado por um grupo de pastores ligados a ele. Embora sem vínculo com a administração pública, os religiosos atuavam como lobistas, decidindo, inclusive, a destinação dos recursos da pasta. Em conversa revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, o ex-ministro admitiu que priorizava o atendimento a prefeitos que chegavam por meio dos pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura. O caso levou à demissão de Ribeiro e de assessores.
O trânsito livre destes religiosos facilitou não apenas a liberação de dinheiro da pasta em prazo recorde, mas também o pagamento de propinas para facilitar o acesso ao ex-ministro. Um dos pastores envolvidos no caso, Arilton Moura pediu pagamentos de até 1 quilo de ouro em troca de recursos para construção de escolas e creches.
Leia na íntegra: Estadão