Desde o final do ano passado várias categorias dos servidores públicos federais (SPFs) vêm conduzindo atividades para exigir do governo federal o reajuste dos salários, que acumulam perdas inflacionárias de 19,99% só no governo Bolsonaro.
Não temos dúvidas que é justa a reivindicação. Já seu êxito precisa levar em consideração a nossa capacidade organizativa, o grau de adesão e o instrumento de luta a ser utilizado. Há ainda o contexto sociopolítico onde a luta se insere, contando muito qual a percepção da sociedade sobre a justeza de nossas reivindicações.
No âmbito das carreiras de estado (a exemplo dos servidores do Banco Central, Receita, etc) a mobilização é grande e a força que têm no funcionamento da máquina púbica também é grande. Já entre os servidores das universidades e institutos federais a mobilização, até o presente momento, não ganhou a proporção desejada. Talvez por conta do longo período de atividades remotas, fruto da pandemia, adotar uma forma de luta como a greve parece algo ainda a ser mais bem pensado.
Docentes de algumas universidades federais já se posicionaram e outros ainda estão iniciando discussões. O fato é que não há até agora nenhuma AD ou Sindicato Docente que aprovou ou está em greve.
A Diretoria tem participado de fóruns nacionais de discussão, tanto dos STFs quanto na Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, inclusive em duas oportunidades nos inserimos em dias de protesto e de paralisações. Nossa imprensa sindical tem diariamente informado a categoria sobre as movimentações nacionais e as ações do governo federal sobre esse tema dos reajustes. Continuaremos atuando desse modo, mas atentos aos indicativos das entidades sindicais nacionais, especialmente aquelas ligadas às universidades.
Finalizamos desejando boas-vindas pelo retorno às atividades presenciais. Nosso esforço em minimizar as perdas acadêmicas sem dúvidas foram importantes. Como também foi importante nossa luta pela valorização da ciência e contra o negacionismo. Porém, e infelizmente, continuam as ações do atual governo de desmonte da universidade pública, que passa pela desvalorização do trabalho dos servidores docentes e técnicos-administrativos. A luta coletiva é o antídoto.
Diretoria da Apufsc-Sindical