Dez prefeitos já denunciaram esquema de pastores no MEC, afirma o Estadão
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira, 24, a abertura de inquérito para apurar o envolvimento do ministro da Educação, Milton Ribeiro, com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. A magistrada atendeu a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que apontou suspeita de crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa na atuação do gabinete paralelo no MEC, revelado pelo Estadão. Ela destacou que a investigação penal é uma resposta à “notícia de fatos gravíssimos e agressivos à cidadania e à integridade das instituições republicanas que parecem configurar práticas delituosas”.
Em uma outra ação apresentada por deputados do PT, Cármen Lúcia determinou que Aras se manifeste em 15 dias sobre a abertura de investigação envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Num contexto em que se avolumam as suspeitas de corrupção no gabinete do ministro, agora formalmente investigado, o presidente usou sua live semanal para afirmar ontem que coloca “a cara toda no fogo” por Ribeiro. Ele ainda pôs em xeque os relatos de propinas no MEC feito por prefeitos (mais informações nesta página).
Pelo menos dez prefeitos confirmaram que os pastores atuaram na intermediação de recursos ou no acesso direto ao ministro da Educação. Desse grupo, três já admitiram que ouviram pedido de propina em troca da liberação de verbas federais para escolas. No que foi o relato mais forte até agora de como o esquema era operado no MEC para facilitar a liberação de recursos no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga, disse que lhe pediram propina em ouro. Há relatos de que o esquema no ministério envolvia também a compra de bíblias.
Leia na íntegra: Estadão