Relatos apontam para dinheiro irregular envolvendo bíblias e oferta de desconto para liberar verbas, afirma o Estadão
Os pastores que operam o gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC), Gilmar Santos e Arilton Moura, atuavam de forma coordenada na cobrança de contrapartida para intermediar a liberação de recursos para escolas. Segundo relato de prefeitos ao Estadão, a abordagem era feita na hora do almoço. Logo após levar os prefeitos a reuniões no MEC, Arilton puxava uma conversa informal e chegava a oferecer desconto na propina que cobrava.
O prefeito de Bonfinópolis (GO), Professor Kelton Pinheiro (Cidadania), contou ao Estadão que Arilton Moura ofereceu um abatimento de 50% no pedido de propina. O prefeito relatou que a proposta de Moura foi feita durante um almoço, no restaurante Tia Zélia, em Brasília, e teve o aval do pastor Gilmar Santos, líder da igreja Cristo para Todos.
Além disso, a atuação do gabinete paralelo no MEC envolvia compra de Bíblias para serem distribuídas nas cidades que recebiam a visita do ministro Milton Ribeiro, e dinheiro para a igreja evangélica. Prefeitos de dois municípios afirmaram ao Estadão que o pastor Arilton Moura era quem fazia a negociação em troca de verbas da educação. Os relatos de cobrança de propinas para compra de Bíblias foram revelados pelo jornal O Globo e confirmados pelo Estadão.
Versões da Bíblia comentada por Gilmar Santos, foram distribuídas em um evento com o ministro na cidade de Nova Odessa, no interior de São Paulo. Santos é também o dono da editora Cristo para Todos, que produz os livros.
Leia na íntegra: Estadão Desconto na propina e Propina envolvendo bíblias