Os recentes cortes no orçamento das federais atingiram também os auxílios de assistência e moradia, dificultando estudo de jovens de baixa renda, destaca o The Intercept
Que a entrada no ensino superior é um sonho acalentado por muitas pessoas a gente já sabe, e que o aumento efetivo de uma população mais pobre nas graduações é uma realidade nacional, também: segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, a presença das classes de menor renda na universidade aumentou seis vezes em 20 anos.
O que ainda é pouco discutido, porém, é que ingressar na universidade é “só” mais uma etapa na corrida por formação e melhores condições de vida no país. Permanecer – ou não – durante, em média, 4 anos de curso é outra grande questão justamente para as pessoas mais pobres. As razões são diversas: necessidade de conciliar emprego, estágio e aulas; eventuais defasagens proporcionadas pelo ensino básico e/ou fundamental (público ou privado); falta de dinheiro; sofrimento mental; dificuldades em obter auxílios ou bolsas; etc.
Significa dizer que, se entre quem tem menos dinheiro no bolso, chegar a uma graduação é bem difícil, finalizar o curso e sair com conhecimento na cabeça e diploma na mão são outros tantos quinhentos. Desde 2016, quando, por exemplo, os arrochos começaram ainda mais fortes nas federais, o crescimento da baixa renda nas universidades está estagnado, como mostram os dados do Inep. É o retorno de uma sombra do passado, quando o ensino superior era benesse quase exclusiva dos mais ricos no país.
Leia na íntegra: The Intercept