Autores de várias entidades da educação* afirmam, em artigo de opinião na Folha, que programas de pós-graduação altamente qualificados têm vagas ociosas
No texto, destaca-se o baixo valor das bolsas pagas aos estudantes e como isso impacta não só os bolsistas, como a ciência brasileira. Confira.
O Brasil orgulha-se de ter alcançado a 13ª posição no ranking internacional de publicação científica. A área da ecologia aplicada à biologia ocupa o 3º lugar nessa classificação, por exemplo. Uma conquista graças ao fortalecimento da pós-graduação, com expressivo crescimento na formação de mestres e doutores.
Mais de 90% do conhecimento científico é produzido em nossas universidades e por jovens pesquisadores. Os alunos de pós-graduação conseguem se dedicar integralmente às atividades de pesquisa quando recebem bolsas de estudo. Elas são concedidas por agências federais, como a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e por fundações de fomento estaduais.
O valor das bolsas deveria garantir o sustento dos alunos pesquisadores, proporcionando condições para se dedicarem às atividades acadêmicas. Entretanto isso não tem sido possível. Nas últimas três décadas, o valor das bolsas nunca atingiu um nível tão baixo! Em 1995, por exemplo, uma bolsa de doutorado era de R$ 1.073, o que correspondia a dez salários mínimos à época e possibilitava a aquisição de 12 cestas básicas. Sem reajuste até 2003, o poder aquisitivo e a relação com o salário mínimo caíram pela metade. De 2003 a 2013 houve quatro reajustes, elevando o valor nominal a R$ 2.200, o que equivalia a quatro salários mínimos e seis cestas básicas.
* Assinam o artigo Luiz Davidovich – ABC, Marcus Vinicius David – Andifes, Odir Dellagostin – Confap, Fernando Peregrino – Confies, Sônia Regina de Souza Fernandes – Conif, Patrícia Ellen – Consecti, André Gomyde – Ibrachics, Renato Janine Ribeiro – SBPC
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo