Por Marcos Baltar*
Já que o espaço é de opinião, vamos lá. O editor que me desculpe a falta de salamaleque, mas vou cronicar. Ao ler o texto do colega querido, atualmente diretor do CCE, que eu, da minha casa, ajudei a eleger, fiquei tentado a lhe consagrar respeitosamente as alcunhas de ghost writer e de madre superiora. Haja paciência para essa conversa de que quem não frequenta é ausente. Até parece que não há Sucupira chicoteando as gentes desses nossos abastados programas! É tanto paradoxo, quanto miragem. A UFSC teria se transformado em uma Saraievo, em uma Kiev, da pandemia ou da eleição do CCE para cá? E nós, professores, Taes e alunos, refugiados dessa Guernica, de braços cruzados, diletantes, todos bebendo a melhor vodka, encastelados nos becos bárbaros de uma Floripa niilista. Isso é quase uma paródia do vereador dos outdoors, alertando os incautos sobre o ensino remoto da UFSC. É texto de abadessa ou é prosa cacauista?
Se é certo que nossa atualmente eleita reitoria tem errado em gênero, número e grau é também cristalino o seu acerto, ainda que titubiante no trato da pandemia, porque não conseguiu eludir as orientações do comitê criado pela portaria 360.
Sobre esta gente que não aguenta mais o bolsonarismo, esse povo dito de esquerda, com suas manias de revolução, inclusão, igualdade, fraternidade, transparência no uso do dinheiro público, gestão democrática e dialógica, tem duas opções: ou sai todo da UFSC, para de fato se fazer ausente, abandona o sucupirismo, aproveita as fragilidades do atualmente eleito dirigente francês e funda uma universidade popular na cidadela do Mont Saint Michel; ou, fica em Meiembipe, e elege a Universidade Presente para conduzir a UFSC nas próximas décadas.
*Marcos Baltar é professor do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas do Centro de Cultura e Expressão da UFSC