Atos devem se repetir até que o governo abra um processo de negociação; Apufsc lamenta reações contrárias ao movimento
Na última terça-feira (18), cerca de mil servidores públicos federais de mais de 40 categorias participaram dos atos por recomposição salarial em Brasília, que ocorreram em frente ao Branco Central e ao Ministério da Economia. Outros milhares de servidores pelo país se manifestaram e reivindicaram o direito ao reajuste nas redes sociais. Desde 2017 não há reajuste salarial no serviço público.
O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) estima que os servidores acumulam perda salarial de 53% desde 2010, visto que os últimos reajustes não compensaram a inflação. Durante o governo Bolsonaro, com os congelamentos salariais, a perda é de 19,99%.
As duas entidades nacionais que atuam em defesa dos professores universitários, Andes e Proifes, estiveram presentes nas manifestações. De acordo com o Proifes, a perda inflacionária dos salários dos professores das universidades federais já passa de 40% e tem previsão de mais 11% com a inflação deste ano. As entidades destacam que os atos não foram só por recomposição salarial, mas também por valorização do servidor e do serviço público.
Apesar de não poder estar presente em Brasília, a Apufsc-Sindical apoiou as manifestações virtualmente, compartilhando conteúdos nas redes sociais. A ação gerou críticas de professores que não se identificaram com a pauta defendida pelo sindicato.
“Infelizmente ainda há colegas professores que não entendem e não compartilham a ideia de que os trabalhadores têm que defender os seus direitos. A recomposição de salário por perda inflacionária não é nenhuma regalia. Lamentavelmente, há manifestações que desprestigiam a luta dos trabalhadores docentes, trabalhadores do serviço público. Apesar de virem de uma extrema minoria, são manifestações que entristecem e enfraquecem nossas lutas”, lamentou o presidente da Apufsc, Carlos Alberto Marques.
A Apufsc elaborou uma pesquisa que explica as perdas salariais dos professores da UFSC. O estudo “Evolução dos salários dos professores, perdas, necessidade de reposições“, feito pelos professores Nelson Casarotto (EPS/CTC) e Néstor Roqueiro (DAS/CTC), com assessoria do DIEESE, avaliou os rendimentos de quatro categorias de professores e concluiu que entre 2016 e 2021 as perdas variam de 23,5% a 36,6%.
Imprensa Apufsc