Ameaça de paralisação no funcionalismo reflete limitações do governo e custo de aposta em base fiel, aponta a Folha
Jair Bolsonaro se notabilizou por ignorar cálculos políticos básicos na hora de tomar decisões. Ao se opor à vacinação ou organizar investidas contra as instituições, o presidente se agarrou a princípios de fidelidade e instintos de sobrevivência, desprezando os prejuízos que poderia colher com o fracasso dessas manobras.
A mesma lógica desenha o enrosco em que Bolsonaro se meteu ao prometer um reajuste salarial apenas para policiais em 2022. Com pouco dinheiro em caixa, o presidente resolveu fazer um agrado a um pilar importante (ainda que limitado) de sua base política, ao custo de uma insatisfação que se espalha por fatias maiores do funcionalismo federal.
Diversas categorias de servidores aproveitaram o movimento atrapalhado do governo para manifestar desconforto e cobrar aumentos semelhantes. Com previsão de paralisação nesta terça-feira (18), esses grupos pretendem emparedar Bolsonaro e ameaçam produzir embaraços em serviços de grande visibilidade, como as atividades da Receita em portos e aeroportos.
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo