Em ano eleitoral, Congresso pode travar votações de reformas
A equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) vê espaço para tentar emplacar a retomada das discussões da reforma administrativa em troca de reajustes salariais futuros a servidores públicos, que se mobilizam em torno de uma possível paralisação pontual ou até mesmo greve geral por aumento.
A estratégia, porém, é rejeitada mesmo por líderes governistas no Congresso. A avaliação da base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) é que, por 2022 ser um ano eleitoral, a reforma continuará travada, pois é uma medida que gera desgaste político, inclusive para o presidente.
Ao pedir que o governo se posicione contra a pressão do funcionalismo por reajuste generalizado, Guedes argumentou a ministros que a redução de despesas com a reforma poderia ser usada para bancar aumento salarial de quem está na ativa. Mas apenas após a aprovação da reforma.
O governo acreditou que, ao se aliar ao Centrão, conseguiria decolar a agenda reformista, mas pouco avançou. As reformas tributária e administrativa, ficaram pelo caminho, assim como o processo de privatização dos Correios, projeto de grande interesse da equipe econômica e de Guedes, em especial. Outra Proposta de Emenda Constitucional (PEC) defendida pelo Congresso, a Reforma no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) também não deve ser votada em 2022.
Mesmo que tais propostas interessem à base do governo ou setores do Centrão aliados a Bolsonaro, a pauta reformista deve ser freada por causa das eleições, bem como outras mudanças legislativas que poderiam causar grande impacto na economia. Em anos eleitorais, pautas duras e consideradas polêmicas tendem a ser evitadas em razão do impacto direto que elas podem ter durante a campanha, refletindo no resultado do pleito, seja na disputa para vagas para o parlamento, seja na corrida rumo ao Palácio do Planalto.
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo e Correio Braziliense