Fundações estaduais de amparo à pesquisa se contrapõem à inoperância do MEC e ao esvaziamento da Capes e do CNPq, afirma Editorial do Estadão
Ensino, ciência e pesquisa nunca foram prioridades para o presidente Jair Bolsonaro. Basta ver a mediocridade dos escolhidos por ele para assumir o Ministério da Educação (MEC). A visão estreita de Bolsonaro, focalizada apenas em seus interesses eleitorais mais imediatos, não lhe permite avaliar devidamente o papel primordial que a educação desempenha no desenvolvimento do País.
O retrato mais visível dessa limitação é a inoperância do MEC, do qual só se ouve falar quando o atual ministro, Milton Ribeiro, ou algum de seus auxiliares, faz uma nova besteira. Há poucos dias, por exemplo, Ribeiro voltou a ser lembrado por editar uma portaria que impedia a exigência do comprovante de vacinação contra a covid-19 de alunos, professores e servidores de universidades e institutos federais. O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, suspendeu o ato do MEC, restabelecendo a primazia da saúde pública sobre o adesismo cego do titular da pasta aos desatinos de Bolsonaro.
As restrições orçamentárias impostas à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também refletem o descaso do governo com a educação superior e a pesquisa científica. Muito mais do que qualquer questão de natureza fiscal, a falta de investimento nas universidades e em projetos de pesquisa decorre, fundamentalmente, do preconceito de Bolsonaro contra as universidades, tidas pelo presidente como “antros de comunistas”, ou coisa que o valha.
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