Estamos diante de enorme incerteza e colapso de uma política de Estado, afirmam especialistas em artigo da Folha
Assinam este texto Soraya Smaili, Maria Angélica Minhoto e Pedro Arantes, professores e coordenadores do SOU CIÊNCIA (Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
Em abril de 2020, durante reunião de cúpula do governo federal, bradou-se a expressão “passar a boiada” como estratégia diversionista, visto que as atenções estavam na pandemia. Naquela ocasião, o termo foi utilizado para expressar a passagem furtiva de novas leis, com objetivo de viabilizar interesses privados em vez da preservação ambiental.
Tal lógica, porém, não está apenas no meio ambiente, expandiu-se à cultura, à educação, à ciência. Nos últimos meses, experimentamos crises severas em dois importantes órgãos do Ministério da Educação: o Inep e a Capes.
Estamos diante de um colapso da política de Estado, bem como de uma enorme incerteza em um momento em que o sistema universitário e de pesquisa é essencial na atuação em defesa da vida e da reconstrução nacional. A quem interessa o desmonte das políticas de Estado que dão acesso, regulam e avaliam a educação superior? Minar sistematicamente estruturas da educação, especialmente as voltadas à qualidade educacional, é o mesmo que destruir o futuro da nação.
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo