Em entrevista ao Ecoa UOL, Ana Estela Haddad falou sobre os bastidores da gestão e os impactos da pandemia na saúde e na educação
Foi em 2003, dentro de uma sala pequena, sem janelas e com apenas um computador sobre uma mesa, que Ana Estela Haddad leu a carta que lhe acendeu a fagulha de uma ideia que transformou a vida de milhões de pessoas. Endereçada ao então presidente Lula, a carta fora escrita por uma mãe que havia perdido o filho há pouco tempo, mas que todos os semestres era obrigada a reviver o luto quando dirigia-se a uma agência bancária. Por ter sido fiadora do filho, beneficiário do Fies, precisou assumir a dívida do financiamento estudantil após a morte do jovem, seis meses depois de se graduar engenheiro.
Somadas a outras dezenas de cartas de jovens pobres e inadimplentes do Fies, Ana Estela começou a questionar-se porque o Ministério da Educação não tinha um programa de bolsas que atendesse a população de baixa renda.
Talvez nem Ana Estela, odontopediatra e professora na USP, imaginasse que histórias exatamente como essas chegariam centenas de vezes aos seus ouvidos e aos de seu companheiro, Fernando Haddad, nos anos seguintes à criação do Programa Universidade para Todos. A Ecoa, a mente por trás da criação do primeiro programa de bolsas para o ensino superior no Brasil falou sobre os bastidores da gestão pública e sobre os impactos da pandemia na saúde e na educação.
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