Segundo o artigo de opinião de Cleyson Francisco ao Congresso em Foco, as frentes de mobilização e o contato permanente com parlamentares e sociedade evitam que as atividades do setor público sejam entregues para a iniciativa privada
Cleyson Francisco da Silva é diretor do Movimento a Serviço do Brasil e coordenador de Comunicação da Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados)
O aproximar do fim do ano legislativo indica que a mobilização de servidores e sociedade contra a PEC 32 terá efeito. Em um movimento inteligente, as entidades se mantêm mobilizadas para garantir apoio suficiente para que o escabroso texto da reforma administrativa não seja aprovado. Ao longo do último ano, foram muitas as ações de conscientização sobre o teor negativo da proposta e os impactos no setor público.
As falas iniciais feitas pelo governo federal de grande economia para os cofres do Estado foram descontruídas uma a uma. Até hoje, nenhum dado apresentado garante a economia de R$ 30 bilhões por ano anunciada pelos defensores da proposta. Ao contrário, a redução nos cofres será irrisória, principalmente diante dos efeitos drásticos de uma eventual aprovação da PEC. Antes criticada, a estabilidade teve sua importância reconhecida por toda a população após as denúncias de corrupção feitas por um servidor público na compra de vacinas e a atuação isenta em áreas como segurança e fiscalização ambiental. Mas o texto ainda deixa a estabilidade vulnerável com uma avaliação de desempenho sombria e sem explicação.
Como formas de mobilização, os servidores aderiram em massa às campanhas digitais e, com o arrefecimento da pandemia, o retorno da articulação presencial com parlamentares foi possível, assim como ações de guerrilha em aeroportos e no Congresso Nacional.
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