Presidente da Câmara afirma que sistema político cria ambiente “tóxico” para aprovação de matérias próximas à eleição, destaca a Veja
Até então canalizador oficial do discurso do governo para a aprovação de matérias no Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) está tentando se distanciar da agenda de Jair Bolsonaro a medida que o período eleitoral se aproxima. Novamente, o parlamentar utilizou a reforma administrativa para passar um recado ao governo e, ao mesmo tempo, defender sua proposta de semipresidencialismo, classificado como uma proposta “idiota” pelo atual presidente.
Segundo Lira, a falta de empenho do governo para a aprovação da reforma administrativa — medida que muda regras do funcionalismo público, visando reduzir o tamanho do estado — ocorre por um ambiente “tóxico” formado, graças a proximidade com a eleição. “Nós estamos enganchados na reforma administrativa, porque esse assunto fica tóxico perto das eleições. O governo não se movimenta, a sociedade civil que apoia esse tema não se movimenta. Por mais que a gente tenha mantido direto adquirido, estabilidade, questões de previdência e compromisso, a gente não consegue desenhar um estado mais leve para frente porque qualquer presidente em um período próximo da eleição, não aguenta essa discussão, não aguenta as discussões de reformas estruturantes”, afirmou, em entrevista à Globonews nesta terça-feira, 23. Segundo Lira, um presidente precisa de 60 milhões de votos para conseguir ser eleito, enquanto um parlamentar, que pode virar primeiro-ministro, precisa de 100 mil votos. O semipresidencialismo, que Lira defende, é um sistema de governo no qual o presidente da República compartilha o poder com um primeiro-ministro, eleito pelo Congresso Nacional.
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