Sem processo seletivo, órgão tentou elevar número de docentes que atuam no teste, mas recuou; lista tinha professores que defendem governo, aponta o Estadão
A cúpula do Ministério da Educação (MEC) tentou incluir profissionais na montagem do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano que não haviam sido aprovados em processo seletivo para colaboradores da prova. A lista com 22 nomes, obtida pelo Estadão, incluía defensores da gestão Jair Bolsonaro, uma professora de Biologia criacionista e quatro docentes ligados à Universidade Mackenzie, de onde veio o ministro Milton Ribeiro.
Segundo o Estadão apurou, a lista teria sido feita pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Danilo Dupas, com a anuência do MEC. Essas pessoas receberiam a permissão para entrar na sala segura do Enem, um ambiente com detectores de metal e senhas nas portas, e escolher as questões da prova a partir do banco de itens. Poderiam também acompanhar a impressão da prova na gráfica.
A relação de nomes foi descoberta por servidores do Inep em abril e levou a um pedido de demissão do coordenador da área, que discordava da medida. A lista circulou entre funcionários e muitos manifestaram seu descontentamento. O conflito fez Dupas recuar e retirar os nomes da relação.
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