Medida anunciada pela pasta prevê desmembramento de instituições de ensino que já existem e pode gerar quase 3 mil novos cargos, aponta o Globo
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou interesse político do Centrão na elaboração do projeto de lei que quer dividir instituições federais de ensino superior para criar cinco novas universidades e cinco institutos técnicos em redutos eleitorais de parlamentares da base governista — uma delas no Piauí, estado do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP). A minuta do projeto do Ministério da Educação (MEC) foi divulgada pela Folha de S.Paulo. Não há previsão para a criação de novas vagas, apenas de novos cargos. Ribeiro justificou que o desmembramento de campi é uma “prática normal” de outros governos, mas não informou qual o impacto financeiro da proposta. Disse apenas que pediu um aumento de 17% do orçamento da pasta PARA 2022, o que ainda precisa de aprovação do Congresso.
A criação de novas instituições ocorre no momento em que as universidades públicas sofrem com a falta de verba para manter suas atividades. Em maio deste ano, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) chegou a dizer que poderia fechar prédios e desativar serviços com o bloqueio do orçamento por parte do governo federal. Questionado se o aumento de 17% seria suficiente para manter as universidades existentes e subsidiar as novas, o ministro respondeu que “para escola, nada é suficiente, tudo que vier a mais é bem-vindo”.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a ideia vai resultar na criação de 2.912 cargos para comandar as novas instituições que, na prática, já funcionam. A equipe do MEC, no entanto, fala em 400 “funções”, entre reitores, vice-reitores, diretores e coordenadores de cursos. As instituições por desmembramentos de campi estão previstas em cinco estados: Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Espírito Santo e Piauí. Já os institutos federais, em São Paulo, Goiás e Paraná.
Leia na íntegra: O Globo