Por Nestor Roqueiro*
A palavra que me ver à cabeça para qualificar o debate (debate?) de ontem é patético. Falaram mais do passado do que de qualquer outra coisa. O proifes (com minúscula, por favor editor) conseguiu chegar ao ano de 2015, o andes ficou nas décadas de 80-90 do milênio passado. O andes bate na tecla de não querer fazer nenhuma consulta on-line e não diz como fazer para atrair aos docentes ao debate de temas sindicais. O proifes também não apresenta estratégia nenhuma para promover participação da classe. Em definitiva, estamos estagnados, no melhor dos casos, em 2015. O andes, que eu pensava seria combativo nestes tempos de obscurantismo, continua contando os feitos do passado na época da redemocratização e pouco ou nada diz, nada propõe, nada articula, sobre a realidade atual, tanto social quanto politica. Apresenta a mesma estrutura e procedimentos de sempre, que nem serviram para enfrentar a realidade opressiva que vivemos desde a era Temer, e muito menos para enfrentar a nova realidade de desmonte do serviço público. A retórica de “vamos nos unir” fica por isso mesmo, em retórica. O proifes, afora de se dispor a negociar com qualquer governo, ao que tudo parece pelo discurso, não tem estratégia nenhuma quando acontece, como agora, que o governo não tem a mínima intenção de negociar nada, a não ser com o Centrão. No debate?!? a claque no chat deu um toque de xepa de mercado de rua ao já patético bate-boca dos representantes dos sindicatos. Estamos mal, e com esses sindicatos nacionais ficaremos pior, melhor não se juntar a nenhum deles senão no futuro seremos mais inexpressivos do que somos no presente.
Tem saída? A meu ver sim. Mas não imediata. Temos um presidente do sindicato com estatura maior do que qualquer um dos que se apresentaram nos debates. Temos caixa para fazer divulgação de pautas e propostas para o movimento docente. Nos falta o que falta em todos lados, estruturar uma agenda participativa, como a que eu mesmo liderei na criação da Apufsc Sindical, e que foi rapidamente engavetada. Analisar a realidade nacional nas linhas definidas pelos associados na agenda. Estruturar estratégias de divulgação com capilaridade suficiente para atingir tanto os sindicalizados quanto os não sindicalizados, sem discriminação. Nos preparar para esclarecer à população da importância do ensino publico. E, fundamentalmente, direcionar nosso olhar e nossa atenção À BASE, aos docentes.
Por tudo isto eu proponho aos docentes sindicalizados na Apufsc que NÃO participemos da votação pela filiação nacional. A hora não é de ouvir os representantes dos sindicatos nacionais, a hora é de ouvir os anseios, as angustias, os temores e os sonhos dos docentes da UFSC.
*Professor do Departamento de Automação e Sistemas