Redução de recursos para o Ipen compromete a produção de remédios contra o câncer, destaca o editorial do Estadão
Com a informação de que suspenderá temporariamente a importação de insumos para a produção de medicamentos utilizados em diagnóstico e tratamento de câncer por falta de recursos orçamentários, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) é mais uma vítima da asfixia financeira que o governo Bolsonaro vem promovendo na área de ciência, pesquisa e educação desde sua posse.
A informação foi divulgada pelo Ipen menos de dois meses após dois acontecimentos lamentáveis. O primeiro foi o colapso da Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que reúne informações sobre trabalhos realizados por todos os pesquisadores brasileiros. O segundo acontecimento foi a advertência feita pela comunidade científica brasileira para o risco de um apagão, também decorrente de cortes orçamentários, das atividades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que atua na área de tecnologias de exploração espacial e meio ambiente, de desenvolvimento de programas de previsão meteorológica por meio de satélites e de monitoramento de queimadas e emissão de alertas climáticos.
No caso do Ipen, a paralisia de suas atividades e serviços de medicina nuclear afetará não só a fabricação de remédios contra o câncer, mas, também, a elaboração de estudos e diagnósticos de diversas outras doenças, num momento em que o País enfrenta uma das mais graves crises de saúde pública de sua história. A paralisia também dificultará o funcionamento de hospitais e clínicas especializadas e causará problemas em famílias que têm algum de seus membros fazendo quimioterapia. Segundo previsões da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), a suspensão na distribuição dos radiofármacos do Ipen prejudicará cerca de 1,5 milhão de pessoas.
Leia na íntegra: Estadão