Confira artigo de Fernando Reinach no Estadão
“Acompanhando pessoas que foram infectadas pelo SarsS-CoV-2 após terem sido vacinadas, e os resultados da vacinação em massa em diversos países, me parece que talvez já seja possível imaginar como será nossa relação futura com a covid-19
“Meu interesse está no futuro porque é lá que vou passar o resto da minha vida.” A frase, atribuída a Charles Kettering, já foi utilizada por Woody Allen. Entretanto, o futuro só existe na nossa imaginação. Por isso excita e amedronta. Durante a pandemia, meu interesse pelo futuro guiou essas crônicas, e à medida que ele se tornava presente descobri meus erros e acertos.
Nas últimas semanas, acompanhando pessoas que foram infectadas pelo SarsS-CoV-2 após terem sido vacinadas, e os resultados da vacinação em massa em diversos países, me parece que talvez já seja possível imaginar como será nossa relação futura com a covid-19.
Numa enorme simplificação podemos dizer que a relação entre os vírus, as vacinas e as pessoas se dividem em dois grupos. No primeiro, estão os vírus que deixaram completamente de nos preocupar quando vacinas foram desenvolvidas. A Hepatite B é um exemplo. Hoje, as crianças são vacinadas na maternidade e nunca mais precisam se preocupar com a doença. O tétano está no mesmo grupo, vacinados só precisam de uma dose de reforço a cada década. E há um segundo grupo de doenças, onde a vacina protege as pessoas da maioria das infecções, evitam que a doença se agrave, reduzem as mortes e casos sérios, mas não permitem que esqueçamos sua existência – porque a vacinação tem de ser repetida. O melhor exemplo é a gripe. Somos vacinados todos os anos, cada ano com uma vacina um pouco diferente, mas continuamos a ter gripes.”
Leia na íntegra artigo do biólogo Fernando Reinach, no Estadão