Levantamento é do IBGE; ministro da Educação defendeu separar alunos com determinados graus de deficiência, sob argumento de que a convivência com os colegas pode ser ‘impossível’ em alguns casos, lembra o Estadão
Dois em cada três brasileiros adultos (67%) com deficiência não frequentaram a escola ou têm o ensino fundamental incompleto, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira, 26. Entre as pessoas sem deficiências, a taxa é de 30%. Neste mês, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que em a convivência fica “impossível” em salas de aulas que têm alunos com certos graus de deficiência e defendeu salas especiais. A declaração foi rebatida por especialistas, que apontaram benefícios da inclusão para todos os alunos.
Em setembro de 2020, o governo federal já havia publicado decreto com uma nova Política Nacional de Educação Especial, que incentiva criar turmas e escolas especiais. “Muitos estudantes não estão sendo beneficiados em classes comuns”, afirmou Ribeiro na época. A medida foi vista como retrocesso por especialistas. Após ação direta de inconstitucionalidade, o decreto foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro, de forma liminar. Nesta semana, o caso voltou a ser tema de discussão na Corte, por meio de audiência pública.
Segundo o IBGE, os brasileiros com alguma deficiência somam 17,3 milhões de pessoas ou 8,4% da população em geral. O estudo revela ainda que o déficit educacional desse contingente da população se reflete diretamente no mercado de trabalho.
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