Por Raul Valentim da Silva *
Estou aposentado há mais de 29 anos, mas tenho me mantido ativo na Apufsc e estou procurando um parceiro para formar um chapa e representar nossa categoria no Conselho da Entidade na eleição de setembro. Cada vez mais fica evidente que os aposentados não devem ser inativos nem física, nem intelectualmente, para o bem da saúde própria de cada um e para o prolongamento saudável da vida. Assim, faço um apelo para que haja muitos candidatos nesta eleição. Somos a maioria dos associados e podemos contribuir bastante em função da perspectiva histórica e da contextualização multidisciplinar que podemos agregar. Cada grupo de trinta eleitores pode eleger um representante. Em dupla, uma reunião mensal é perfeitamente aceitável.
Na aposentadoria temos condições de ter outras visões sobre as atividades dos docentes universitários e de seus papeis numa universidade pública e de qualidade como é a UFSC. Estamos todos de parabéns pelo legado que deixamos. Nossa universidade hoje tem seu desempenho muito bem avaliado e tanto a região de Florianópolis como o Estado catarinense muito se beneficiaram do trabalho que desenvolvemos nas seis décadas de existência da UFSC, um período bastante curto na escala de tempo própria das universidades.
Minha atuação continuada na Fundação CERTI e na Fundação Stemmer permitiu visualizar um sistema brasileiro de educação capaz de multiplicar significativamente as contribuições das universidades. A pandemia, como já ocorreu em muitas outras catástrofes, está gerando novos desafios e oportunidades. O trabalho remoto, a transformação digital, a sustentabilidade ambiental e social, a tecnologia 5G e os nativos digitais que estão chegando ao ensino superior podem gerar muitos benefícios adicionais para a sociedade brasileira e para a humanidade. A desativação institucional dos aposentados é um desperdício que não deve ser tolerado.
A curricularização da extensão, os novos critérios de avaliação da pós-graduação, as novas diretrizes curriculares em profissões como as engenharias e a implantação de modificações na educação pré-universitária são novidades que podem ser consideradas pela Apufsc. Sou um crítico da atuação do ANDES que poderia ser bem mais proativo e construtivo em benefício da população brasileira. Nos envolvemos bastante na construção da ANDES que trouxe muitos avanços positivos para as IFES. Já me manifestei em artigo favorável à opção de filiação ao Proifes, mas neste momento considero prudente adiar esta filiação em função dos desdobramentos do nebuloso quadro eleitoral nacional que se avizinha para 2022.
* Professor aposentado do Centro Tecnológico da UFSC