Não é verdade que são os pais dos filhinhos de papai que pagam os impostos que asseguram a existência da universidade pública, afirma José de Souza Martins em coluna ao Valor Econômico
José de Souza Martins é sociólogo. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pesquisador Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de “No Limiar da Noite” (Ateliê, 2021).
As ocorrências se deram na mesma semana. A Marinha mobilizou uma frota de tanques de guerra fumacentos para ir ao Palácio do Planalto levar ao presidente da República um convite para acompanhar manobras militares em Goiás. Por meio da demonstração militar, na verdade, o governo queria intimidar os que poderiam recusar a proposta de substituir o voto eletrônico pelo voto impresso, a expressão eleitoral moderna pela obsoleta e manipulável.
O ministro da Educação, por seu lado, fez um pronunciamento pela TV Brasil para dizer o que pensa sobre a universidade: deveria ser para poucos, para muitos os cursos técnicos dos institutos federais. Além disso, reitores não podem ser esquerdistas, menos ainda lulistas. Não precisam ser bolsonaristas. É que o são porque proibidos de não sê-lo.
Ao mencionar as cotas nas universidades federais, o ministro acha que foi a lei de cotas que fez com que a universidade pública deixasse de ser uma universidade de filhos de ricos. Oriundo de uma universidade confessional e privada, ele não tem a menor ideia do que é a universidade pública.
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