Milton Ribeiro afirmou que declaração dada na semana passada foi tirada de contexto, mas a repetiu afirmando que depende do grau da deficiência, explica o Globo
Em evento nesta terça-feira, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que sua fala sobre alunos com deficiência “atrapalharem” o aprendizado de outros estudantes, dita em entrevista à TV Brasil na semana passada e que despertou críticas e repercussão nas redes sociais, foi tirada de contexto. Ribeiro afirmou que nunca utilizaria uma terminologia “tão baixa e preconceituosa nesse sentido que foi colocada”. No entanto, disse que algumas crianças, dependendo do grau de deficiência, “criam dificuldades” para elas e outros alunos.
Claudia Werneck, fundadora da Escola de Gente, organização que trabalha há 20 anos pela inclusão, afirma que o direito à educação em uma escola comum não depende de como cada pessoa é, e destaca que a Constituição garante que todos têm o direito de estudar em um ambiente inclusivo. Ela afirma que o fato do ministro justificar que estava se referindo a casos graves não muda nada.
— Só existe um caminho: as crianças têm que estar juntas e a educação tem que se preparar para promover esse encontro. O verbo atrapalhar com aspas ou sem aspas é inadequado pela perspectiva que temos para a infância brasileira, em todos os documentos nacionais e internacionais. Uma criança nunca vai atrapalhar a outra. Elas podem brigar, se testar eticamente, discordar, mas nunca atrapalhar. O obstáculo são os adultos que não têm esse olhar inclusivo para as crianças — diz.
Leia na íntegra: O Globo