Fórmula baseada em indicadores epidemiológicos e variáveis individuais é indicada para situações de controle da doença, afirma o Jornal da USP
Pesquisa coordenada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) criou um algoritmo para classificar alunos e funcionários de escolas em grupos de probabilidade de infecção pelo vírus sars-cov-2, causador da covid-19. A fórmula, que combina indicadores epidemiológicos dos municípios, como números de casos e mortes, com variáveis individuais de fácil medição, como perda de olfato e viagens recentes, é descrita em preprint (versão prévia de artigo científico) publicada no site medRxiv em junho. De acordo com o estudo, a classificação poderia ajudar a orientar o retorno às aulas em situações onde o controle da doença é evidente, mantendo as medidas básicas de proteção e aumentando a cobertura vacinal.
“A pesquisa estimou a prevalência da infecção pelo sars-cov-2 em alunos e funcionários de escolas e identificou fatores que podem prever a infecção e, dessa forma, orientar o retorno às aulas de forma mais segura”, relata o professor Fredi Alexander Diaz-Quijano, da FSP, primeiro autor do artigo. “O estudo corresponde a um inquérito virológico, realizado em escolas do Estado de São Paulo. Foram incluídos 3.436 participantes, 1.689 alunos e 1.747 funcionários, vinculados a 84 escolas de 16 municípios. No entanto, os participantes incluíram residentes de 72 municípios.”
A avaliação foi realizada no segundo semestre de 2020, quando foi considerada a volta às aulas por controle relativo da epidemia. “Aos participantes foi aplicado um questionário com informações sociodemográficas e clínicas. Além disso, foi realizado swab de nasofaringe para teste virológico do tipo RT-PCR. Também avaliamos a relação dos indicadores epidemiológicos de covid-19 do município de residência com a probabilidade de infecção pelo vírus”, descreve Diaz-Quijano. “Para isso, foi proposto um índice relacionando mortalidade recente e incidência anterior, chamado de índice RM/PI. Este índice é baseado na quantidade de mortes por covid-19 registradas na segunda e terceira semanas contadas para trás e a soma dos casos durante as sete semanas anteriores. Posteriormente, obtivemos um modelo múltiplo integrando indicadores epidemiológicos e variáveis individuais.”
Leia na íntegra: Jornal da USP