Entre os encaminhamentos está a organização de uma paralisação de servidores públicos no dia 18 de agosto
Entidades que representam os servidores públicos organizaram, nos dias 29 e 30 de julho, um seminário virtual para unificar a oposição à PEC 32. A ação faz parte de uma agenda que tem como objetivo organizar os servidores públicos e as bases sindicais contra a reforma administrativa e consequentemente fazer pressão em Brasília. Ao final do encontro, os organizadores divulgaram um Plano Nacional de Mobilização elaborado em Plenária Nacional que contou com mais de 5 mil pessoas inscritas.
Confira os principais encaminhamentos:
- Dia de luta contra a reforma administrativa em Brasília, no dia 3 de agosto, com caravanas e representações, além de mobilizações nos Estados e munícipios
- Apoio à mobilização estudantil no dia 11 de agosto
- Construção de uma paralisação geral dos serviços públicos no dia 18 de agosto e divulgação de uma Carta Manifesto à sociedade brasileira para explicar o por que da paralisação
- Ampliar o diálogo com usuários do serviço público para explicar os prejuízos da PEC 32, que inclui o fim do postinho de saúde e da creche públicos, por exemplo
- Organizar e reforçar comitês e fóruns de mobilização nas cidades e nos fóruns estaduais
- Pressionar vereadores e deputados estaduais para que se posicionem contra a PEC 32
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Durante os dois dias de evento, os servidores públicos assistiram a palestras de especialistas e de representantes dos sindicatos. Entre os participantes do segundo dia de encontro, estavam a Professora Maria Lúcia Fattorelli coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida e Fausto Augusto Júnior coordenador técnico do DIEESE na área da educação.
Fattorelli explicou por que é necessário que os servidores públicos e entidades se mobilizem. “O ataque do capital e o avanço das vitórias do capital estão atingindo um patamar impressionante, estão destruindo completamente a estrutura do Estado brasileiro, dos nossos direitos, dos nossos patrimônios e nós temos que nos unir para de fato conseguir barrar esse processo de desmonte e partir para a conquista”.
A coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida também apresentou alguns impactos da PEC 32. Ela argumenta que a conjuntura usada para viabilizar a reforma é mais uma crise fabricada para tentar justificar o desmonte do Estado. “A PEC 32 aponta para a privatização e terceirização generalizada, que vão levar para a extinção de carreiras públicas”.
No mesmo sentido, Fausto Augusto Júnior afirma que a PEC não é uma reforma administrativa e sim uma destruição do Estado construído na Constituição de 1988. “A PEC 32 altera não somente questões relacionadas ao setor público, ela mexe na relação do Estado com o setor público”, levando à privatização.
Fausto também diz que muitos deputados não conhecem a PEC que eles querem votar. “Muitas vezes quando a gente senta com um deputado do ‘centrão’, mostra a PEC, mostra o absurdo que está lá ele muda de posição”. Por isso, ele defende que a população precisa pressionar para reverter votos durante este mês em que a reforma se encaminha para o processo de votação. “A gente precisa falar para população que (com a PEC) vai faltar medicamento, médico, professor, livro didático nas escolas, talvez a partir daí a gente consiga mobilizar mais gente”.
Assista ao primeiro e ao segundo dia do encontro.
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