A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) ouviu convidados sobre as atividades acadêmicas no pós-pandemia, em seminário virtual
Os ex-presidentes das Andifes, professora Ana Lúcia Almeida Gazzola (UFMG), professor José Ivonildo do Rêgo (UFRN) e professor Jesualdo Pereira Farias (UFC), abriram o seminário reafirmando os fundamentos da universidade federal: autonomia, financiamento público, gratuidade, inclusão e excelência. Após essa reflexão, a reitora da UFRJ, professora Denise Pires Carvalho, e os professores Marcelo Knobel (Unicamp) e Abilio Baeta Neves discorreram sobre os futuros possíveis nas atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Os palestrantes foram enfáticos em afirmar que qualquer futuro para as universidades federais precisa estar sustentado pelos fundamentos que garantem o ensino público, gratuito, inclusivo e de qualidade. Nesse sentido, eles destacaram a necessidade do financiamento público das universidades federais, a importância da rede federal universitária para a promoção de desenvolvimento e na provocação de mudanças sociais, sobretudo no pós-pandemia, a partir do aprendizado resultante da crise sanitária.
De acordo com o presidente da Andifes, reitor Edward Madureira (UFG), as relevantes experiências vivenciadas pelas universidades federais desde o início das atividades remotas levaram à inovação da gestão, resultando em novas ações ou na revisão daquelas já implementadas, como o aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas de forma remota para adequações no ensino híbrido e na educação a distância, com maior acolhimento digital de estudantes em situação de vulnerabilidade. “O Promover Andifes é um exemplo dessas experiências. Com esse programa, tivemos um impacto extraordinário no fomento da integração das universidades federais. Agora iremos aprimorá-lo e consolidá-lo. Nós nos reinventamos e faremos isso todas as vezes que for necessário para os futuros possíveis do ensino superior público, mas sem jamais abrir mão dos alicerces que sustentam a universidade federal: autonomia, financiamento público, gratuidade, inclusão e excelência”, afirmou.
O professor José Ivonildo destacou que as 69 universidades federais, com campi distribuídos em todos os estados brasileiros, promovem desenvolvimento no contexto onde estão inseridas. “No meu estado, por exemplo, Rio Grande do Norte, que possui duas universidades federais. Se considerarmos apenas da UFRN, temos museus, teatro, escola de música, orquestra, editora, televisão aberta, rádio FM, três hospitais universitários, incubadoras de empresas, parque tecnológico, complexos de laboratórios das ciências da vida e das engenharias, milhares de profissionais formados, quase dois mil professores com doutorado. Se extrairmos isso do estado, certamente, entraríamos em colapso na cultura, na saúde, na educação, na competitividade industrial, sem mensurar as oportunidades negadas a jovens, que de outra forma não teriam acesso ao ensino superior e a importantes políticas públicas”, elencou.