Como destaca coordenadora de comunicação do Instituto Palavra Aberta em artigo da Folha, mentiras e boatos que estigmatizam têm papel crucial em episódios de violência e desrespeito
Junho é reconhecido como o mês do orgulho LGBTQIA+ em diversas partes do mundo, época em que ocorrem manifestações e campanhas em prol da diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero —tema que, enfim, tem ocupado cada vez mais espaço nas mídias online e offline.
O papel das redes sociais nesse contexto é imensurável, pois deu voz a ativistas e visibilidade para as demandas e denúncias dessa população, colocando em pauta questões de representatividade que a televisão, a publicidade e o jornalismo não puderam mais ignorar.
Mas, apesar dos nítidos avanços no debate público nos últimos anos, assegurar os direitos de gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e demais indivíduos ainda é um desafio de proporções gigantescas.
Mesmo dentro dos parlamentos, que deveriam representar politicamente todos os cidadãos, frequentemente surgem ações e projetos de lei de motivações homofóbicas.
O exemplo mais recente vem da Hungria, onde foi aprovada uma lei que veta a divulgação de materiais considerados como “promotores da homossexualidade e da mudança de gênero” nas escolas.
No Brasil, a situação não é assim tão diferente. A despeito da decisão de 2019 do Supremo Tribunal Federal (STF), que criminalizou a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, o quadro ainda é grave, inclusive em âmbito institucional, como mostrou um projeto em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp)cujo objetivo é proibir propagandas com pessoas LGBTQIA+ e famílias homoafetivas, sob alegação de que seriam “má influência” para a sociedade —em especial para crianças e jovens.
Um ponto importante nesse cenário, tanto em contexto nacional como internacional, é o papel da desinformação e do discurso de ódio nessas discussões, que são constantemente inflamadas com narrativas falaciosas que, sob a prerrogativa da liberdade de expressão, visam estigmatizar e difamar um grupo populacional que sofre sistematicamente violências de diversos tipos.
::: Leia na íntegra, na Folha, o artigo de Mariana Mandelli, coordenadora de comunicação do Instituto Palavra Aberta