Por Raul Valentim da Silva
O novo coronavírus, que não é considerado um ser vivo e que possui dimensões infinitesimais (100 nanômetros), vem dizimando humanos em todos os quadrantes da Terra. Sua capacidade de disseminação e reprodução desafia os cientistas. Felizmente os animais são dotados de sistemas imunológicos de alta eficácia que conseguem detectar agentes patogênicos, formar combatentes especialmente preparados para destruí-los e criar memórias que permitam evitar novas invasões.
Utilizando os conhecimentos científicos disponíveis, as tecnologias utilizadas para combater patógenos similares e, sobretudo, as potencialidades intelectuais e de comunicação dos humanos, os cientistas estão conseguindo desenvolver vacinas que se baseiam no acionamento preventivo do nosso sistema imunológico. A extraordinária disseminação da Covid-19 certamente foi propiciada pelas aglomerações das cidades e pelos meios de transporte disponíveis.
O prodigioso sistema imunológico permite a sobrevivência de cada espécie de animal que é atacada por agentes infecciosos como vírus, bactérias e fungos. Este sistema é apenas um exemplo dos múltiplos sistemas que permitem a sustentação da vida na Terra. O sistema reprodutor é outro exemplo de organização biológica indispensável para a preservação da respectiva espécie. Ambos os sistemas foram desenvolvidos de diferentes formas para diferentes espécies.
Exemplos de outros sistemas no mundo animal: respiratório que permite absorver oxigênio do ar atmosférico; digestivo que propicia a obtenção de carboidratos; circulatório que consegue levar o oxigênio para todas as células do corpo e muscular que possibilita a utilização da energia química armazenada na glicose para gerar movimentos. As interdependências entre estes sistemas, que se diferenciam nas várias espécies, aumentam imensamente a complexidade dos organismos animais.
Cada um desses e dos demais sistemas do corpo é formado por diversos componentes incluindo tecidos e órgãos diferenciados entre diferentes espécies. Cada componente em termos físicos ou funcionais, de cada ser vivo que existe ou que já existiu na Terra, foi necessariamente concebido e implantado em dimensões genéticas para poder ser transmitido através dos processos de reprodução.
A teoria ateia da evolução, que atribui toda a criação de tecidos, componentes e sistemas a mutações genéticas aleatórias, torna-se, neste contexto de imensa complexidade, totalmente insuficiente para explicar a geração dos animais terrestres. A seleção natural pode desempenhar, na realidade, apenas um papel coadjuvante de correção de anomalias reprodutivas e de eliminação dos seres vivos inadequados aos seus respectivos ambientes de sobrevivência.
Quando se verifica que o coração tem um propósito específico de bombear o sangue arterial para levar o oxigênio e os nutrientes indispensáveis para trilhões de células do corpo. Quando se constata que existem artérias que ligam o coração com todas estas células. Quando se sabe que existem veias que têm o propósito de trazer o sangue venoso de volta para os pulmões. Parece lógico e absolutamente racional deduzir que o acaso de mutações genéticas é totalmente incompetente para gerar os múltiplos e complexos sistemas que existem no corpo humano e em todos os demais animais encontrados na Terra.
* Professor aposentado do Centro Tecnológico da UFSC