Universidade Federal de São Carlos sofreu corte de 21% nos recursos para 2021, maior que a média das outras universidades federais, mostra G1
Se não houver mudanças na composição orçamentária aprovada para 2021, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) não irá retomar as atividades presenciais este ano, mesmo que a pandemia de Covid-19 seja controlada. O orçamento aprovado para a UFSCar este ano foi de R$ R$ 40.044.928, o menor dos últimos 10 anos.
O valor representa um corte de 21% em relação a 2020, ano que a UFSCar conseguiu se manter justamente porque entrou em atividade remota por causa da pandemia.
“Se a gente for planejar um retorno de atividades presenciais, vai precisar de mais recursos porque a atividade presencial implica em maior gasto, maior consumo de energia elétrica, maior demanda de limpeza, maior gasto com restaurante universitário e também em função da Covid a gente vai ter uma despesas de adaptação do ambiente. Se você me disser que a pandemia vai acabar e a gente vai ter condições de fazer tudo como era antes, a gente não consegue discutir o presencial por falta de orçamento”, afirmou Ana Beatriz de Oliveira, que assumiu a reitoria da UFSCar em janeiro para um mandato de quatro anos, após um conturbado processo eleitoral.
A nova reitora chega em um momento complicado financeiramente para a universidade, principalmente porque ele não é novo. Desde 2014, a UFSCar, assim como outras universidades federais, vem sofrendo sucessivos cortes orçamentários, não só no custeio, mas também em bolsas estudantis, investimentos e pesquisas.
Somente na área de custeio, que é o orçamento para a manutenção do funcionamento da universidade, a redução chega a 31% em relação a 2018 (sem contabilizar a inflação), o que tem obrigado a UFSCar a realizar uma série de ajustes com cortes e renegociações de contratos de serviços como limpeza e segurança.
Em contrapartida, o número de alunos de graduação atendidos nos quatro campi da universidade cresceu 16,2% no mesmo período, aumentando a necessidade desses serviços.
Mais cortes
Dos R$ 40 milhões previstos para este ano, cerca de R$ 8 milhões são para o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e R$ 32 milhões para custeio das atividades.
Segundo Ana Beatriz, esse valor não é suficiente para manter a universidade nem com as atividades remotas. O mínimo necessário, de acordo com a reitora, seria o mesmo orçamento do ano passado, que tinha R$ 10 milhões a mais.
O corte de 21% do orçamento da UFSCar foi maior em relação à média de 18,16% das outras universidades federais, mas não houve explicação porque isso ocorreu.
Leia na íntegra: G1