Segundo Bebeto Marques, presidente da Apufsc, gravidade da situação das universidades impôs a necessidade de uma manifestação presencial
O grito de “não vai ter corte, vai ter luta”, que ganhou as ruas em 2019, voltou a ecooar no campus da UFSC, nesta quarta-feira, dia 19 de maio. Dois anos depois das manifestações que tomaram o país em defesa da educação, professores, técnicos e estudantes voltaram, presencialmente, ao campus da UFSC em Florianópolis para protestar contra a falta de recursos e contra as ameaças ao serviço público. “Estamos aqui porque é um caso de necessidade. A situação é muito grave, preocupante e ameaçadora e nos obriga a estarmos aqui presencialmente”, destacou o presidente da Apufsc, Bebeto Marques.
Bebeto explica que os cortes de verbas inviabilizam a universidade, e a falta de recursos atinge alunos que, sem assistência estudantil, não têm como se manter, e professores, que não têm salários garantidos. “Além disso, há a reforma administrativa prestes a ser aprovada, e que vai destruir os serviços públicos e atingir servidores que trabalham para a população e não para o governante”, complementa.
Os integrantes do ato ressaltam que, diante desse cenário de desmonte da educação e de serviços tão essenciais para a sociedade, como saúde e educação, a manifestação presencial se faz imprescindível. “Não dá para a gente ficar em casa e ver a nossa universidade ser destruída. É um mal necessário se reunir para se manifestar, para reivindicar os nossos direitos”, afirma o estudante de Agronomia da UFSC e integrante da coordenação geral do DCE, Francisco Machado.
Representantes da comunidade acadêmica lembraram ainda dos ataques que têm ocorrido à ciência e às universidades no país e falaram do valor das instituições de ensino para a sociedade. “A universidade é importante mesmo para quem não tem seus filhos aqui dentro. A própria vacina e o SUS dependem dos profissionais formados na universidade, a pesquisa aparece no dia a dia das pessoas. A universidade tem muito valor e estou certo que a população sabe disso”, reitera o presidente da Apufsc.
No ato, os manifestantes se reuniram em frente ao prédio da reitoria, e caminharam até a Praça Santos Dumont, na Trindade, com faixas e cartazes em defesa à educação. Em função da pandemia, o encontro, que ocorreu em local aberto, seguiu os protocolos de segurança, com distanciamento social e o uso de máscaras.
Imprensa Apufsc