Em entrevista ao Globo, Alexandre Lopes afirmou que Milton Ribeiro teve atitude ‘covarde’ e que faltam recursos para realizar o exame; Senadora quer que Ministério da Educação diga se terá verba para o Enem
Demitido em fevereiro da presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Alexandre Lopes afirmou em entrevista ao GLOBO que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi “totalmente omisso” na organização do Enem do ano passado, em meio à pandemia da Covid-19, classificando de “covarde” a atitude do ex-chefe. Disse ainda que o planejamento do exame deste ano está “bastante atrasado”, com risco de ser adiado para 2022 e falta de recursos.
O Enem de 2020 foi realizado em janeiro e fevereiro deste ano, mas teve números recordes de abstenção e estudantes relatando terem sido impedidos de fazer a prova porque as salas já estavam lotadas. O exame de 2021 tinha cronograma previsto para novembro ou dezembro, mas ainda não teve data confirmada.
Lopes decidiu romper o silêncio depois que a atual gestão do Inep divulgou uma nota, na última sexta-feira, criticando políticas implementadas por ele.
Orçamento para a edição 2021 do exame
Segundo Congresso em Foco, a senadora Leila Barros (PSB-DF) protocolou na sexta-feira (30) um requerimento de informações para que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, esclareça se a pasta terá recursos suficientes para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano. Além dos cortes orçamentários, parte das verbas da pasta está bloqueada.
A parlamentar questiona também se o Enem digital será ampliado e quanto custou a sua realização em comparação com a aplicação presencial do exame. O pedido de informações feito por Leila engloba uma série de outros temas que, assim como a prova, são de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A senadora argumenta que, em pouco mais de dois anos de governo Bolsonaro, o órgão – principal órgão responsável pelas avaliações e indicadores da educação brasileira – já está no seu quinto presidente. Diante dessa rotatividade, diz ela, servidores, parlamentares e até mesmo ex-ministros da Educação questionam se há condições de garantir a continuidade e a manutenção da qualidade das atividades do Inep.
Leia na íntegra: O Globo / Congresso em Foco