Reportagem da Deutsche Welle aponta que no momento em que ciência se mostra mais valiosa, governo nega bolsa a trabalhos de mais de 2.500 pesquisadores, inclusive ligados à covid
Entre seus muitos paradoxos, o Brasil hoje reforça o desmonte da pesquisa científica exatamente numa conjuntura global em que a covid-19 provou o quão crucial é a ciência para a humanidade. Em 2021, apenas 12,8% de 3.080 projetos de pós-doutorado no país vão receber bolsas de pesquisa científica. Ou seja, somente 396 pesquisadores poderão dar continuidade a seus estudos acadêmicos.
As bolsas para os profissionais mais especializados do país são concedidas pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), órgão ligado a Ministério da Ciência e Tecnologia. É o CNPq que viabiliza o avanço de pesquisas científicas no Brasil com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). O valor das bolsas varia, sendo de R$ 2.200 para doutorado e de R$ 4.100 a R$ 5.200 para pós-doutorado.
O único edital lançado em 2021 reservou um montante orçamentário baixo para as bolsas já na largada, de apenas R$ 35 milhões. Entre as 4.279 propostas submetidas à análise do CNPq, 3.080 foram “avaliadas com mérito”, mas apenas 396 aprovados por conta de “limites orçamentários”, informou o Conselho à DW Brasil.
A divulgação do resultado do edital, no início desta semana, surpreendeu os pesquisadores brasileiros que, indignados, começaram a se organizar para tentar alguma reversão institucional da situação, cobrando respostas do governo.
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