Alvo da ala radical do governo e de membros da comunidade acadêmica, Cláudia Queda de Toledo falou com exclusividade à Veja
Alvo de críticas e ataques desde que teve o nome anunciado pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, para a presidência da Capes, Cláudia Queda de Toledo falou com exclusividade ao Radar.
Sobre as pressões feitas por setores que apoiam o governo de Jair Bolsonaro, como integrantes da bancada evangélica, Cláudia diz que planeja, em breve, esclarecer aos parlamentares as dúvidas sobre as funções da Capes. “Estamos todos unidos num único ideal: o aperfeiçoamento da educação que não precisa de extremismos”, afirmou.
Na segunda-feira, os reitores da USP, da Unesp e da Unicamp disseram, em um manifesto, que a nova presidente da Capes não tinha a formação e a experiência exigidas para o cargo. Para Cláudia, a questão foi superada pela abertura de um diálogo institucional.
“Houve uma nova postura nesse sentido e demonstraram que a preocupação era fixar os pontos necessários a serem seguidos na presidência e que nada tinham a observar quanto à minha formação, que é na área do Direito, especificamente sobre o Direito Fundamental à Educação”, disse.
Questionada se acredita ter os atributos para ocupar o posto de presidente da Capes, Cláudia avalia que além de exigir uma qualificação técnica e acadêmica, o cargo é também de confiança do ministro da Educação – atributo que ela garante ter.
“O professor Milton Ribeiro confia em minha transparência e sintonia com o plano do governo federal. Além disso, é preciso respeitar a ciência, respeitar as instituições, conhecer os passos da vida acadêmica pela conquista da titulação de doutorado. Também é preciso respeitar as ideias, principalmente quando são diferentes das suas”, observou.
Reitora do Instituto Toledo de Ensino (ITE) e doutora em Direito, ela atribui o movimento a uma “falta de diálogo prévio” e a um desconhecimento sobre sua trajetória – e diz que “as críticas são um bom desafio para trabalhar melhor”.
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