Dado do instituto reforça desigualdade no ensino a distância entre estudantes das redes pública e privada, segundo Folha
Ao fim de 2019, 4,3 milhões de estudantes brasileiros não tinham acesso à internet, seja por falta de dinheiro para contratar o serviço ou comprar um aparelho seja por indisponibilidade do serviço nas regiões onde viviam.
Destes, 4,1 milhões estudavam na rede pública de ensino, informou nesta quarta, 10, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A estatística reforça os efeitos da desigualdade na educação com escolas fechadas durante a pandemia.
Pesquisa divulgada em março apontou que o acesso à internet e problemas de infraestrutura das escolas são os maiores entraves para o retorno às aulas neste ano: 49% das secretarias municipais de Educação indicaram altos graus de dificuldade com relação a acesso á internet.
Os entraves de acesso a internet e a computadores são vistos como alguns dos motivos para a falta de participação de alunos nas atividades em 2020. Na rede pública estadual de São Paulo, por exemplo, cerca de 91 mil alunos não acompanharam as aulas remotas nem entregaram nenhuma atividade letiva no ano.
A pesquisa do IBGE traz dados do quarto trimestre de 2019, mas mostra que a desigualdade na utilização da internet era grande antes do início da pandemia, com grandes variações não só no acesso ao serviço, mas na qualidade do serviço e na posse de equipamentos adequados para assistir as aulas.
“A questão do aparelho ser caro e do serviço ser caro é um problema, mas é um problema ainda maior para o estudante da rede pública”, diz a pesquisadora do IBGE Alessandra Brito, frisando que enquanto 99,5% dos brasileiros acessam a internet pelo celular, apenas 45,1% o fazem por computadores.
Segundo a pesquisa, embora 78,3% da população e 82,7% dos domicílios brasileiros tivessem acesso à internet no fim de 2019, a cobertura variava muito entre regiões, faixas de renda e tipo de escola frequentada.
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo