Em entrevista à VEJA, ex-presidente da Câmara afirma que a proposta afugenta investimentos, acarreta em pedaladas fiscais e representa um “texto fictício”
Inexequível, é assim que o Orçamento aprovado pelo Congresso Nacional é definido pela área econômica do governo. Por causa do imbróglio que envolve contas obrigatórias subestimadas e emendas parlamentares capazes de tirar o espaço mínimo necessário para a União investir por conta própria, o texto continua na mesa do presidente Jair Bolsonaro, aguardando sanção. O presidente, no entanto, está pressionado por diversos lados e sem força para desafiar o Centrão cortando unilateralmente as emendas por meio de grandes vetos. Em entrevista a VEJA, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ex-presidente da Câmara, afirma que a proposta afugenta investimentos e representa um “texto fictício”. Se sancionado, o projeto pode configurar, segundo Maia, pedaladas fiscais, acarretando na inelegibilidade de Jair Bolsonaro.
“Queremos mostrar ao governo de que nosso posicionamento não é ‘quanto pior, melhor’. Não sei se acarretaria num processo de impeachment pelo processo político em si, mas, se constatadas irregularidades, as pedaladas poderiam acabar deixando o presidente inelegível”, afirma ele. “É necessário ter respeito às contas públicas. No governo Dilma, o apontamento do TCU em relação às pedaladas fiscais foi fundamental para que o processo de impeachment fosse para a frente.”
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