Vacina desenvolvida pelo laboratório possui insumo geneticamente modificado e precisou ser analisada pela Comissão; Anvisa deve decidir hoje se libera o uso emergencial do imunizante, segundo o UOL
Em reunião realizada na segunda-feira (29), no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio/MCTI), aprovou a vacina desenvolvida pelo laboratório Janssen – braço farmacêutico da Johnson & Johnson. O pedido de avaliação da biossegurança do imunizante foi submetido ao órgão colegiado por possuir Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) geneticamente modificado. O presidente da CTNBio, Paulo Barroso, explicou que, com a aprovação da CTNBio, a análise da vacina segue para a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), que avaliará outros aspectos, como a eficácia da vacina contra o coronavírus.
“Hoje a gente avaliou uma nova vacina contra o coronavírus, é uma vacina produzida pela Janssen, uma vacina que não vai ser feita no Brasil, mas vai ser importada”, disse o presidente. “A grande diferença dela a respeito das outras vacinas é que ela é de dose única, então se a gente tem 1 milhão de doses, são 1 milhão de pessoas imunizadas”.
Paulo Barroso destacou que o processo com o pedido de análise pela CTNBio foi recebido há oito dias e que, nesse prazo, todo o trâmite foi concluído. “A gente recebeu esse processo faz oito dias hoje e conseguiu avaliar todo esse processo, comunicar com a empresa e fazer uma reunião, e nessa reunião a CTNBio aprovou por unanimidade que essa vacina é segura”, disse.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, ao parabenizar o trabalho da CTNBio/MCTI durante a reunião de análise da vacina desenvolvida pelo laboratório Janssen, destacou os eixos de atuação da RedeVírus MCTI, desde fevereiro de 2020.
“Então, como eu falei, temos três eixos esse ano: a compra de vacinas internacionais para uso em emergência para vacinar mais rápido a população; segundo eixo, desenvolvimento de vacinas nacionais – este ano a gente vai continuar o desenvolvimento de tecnologias e os testes clínicos das vacinas que estão mais adiantadas. Possivelmente a gente vai ter o término ou a abertura da fase 3 dessas vacinas ainda esse ano e isso é muito importante para que a gente também colabore com as vacinas em 2021, ou seja, a estratégia prevê esse ano vacinas importadas, ano que vem vacinas completamente nacionais, isso gera empregos, gera possibilidades maiores para o país – e no terceiro ramo dessa estratégia ,o desenvolvimento do CT Vacinas como um Oxford nacional, de desenvolver rapidamente vacinas para as próximas pandemias. Infelizmente é uma realidade, teremos que nos preparar para as próximas pandemias, e responder as necessidades que nós temos aqui no país com relação a doenças negligenciadas com a dengue e a zika, por exemplo”.
Durante a reunião, o secretário de Pesquisa e Formação Científica, Marcelo Morales, fez uma apresentação dos trabalhos desenvolvidos pela RedeVírus MCTI, coordenada por ele e as ações do Ministério no combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus, para os cientistas que participavam da análise da vacina da Janssen pela CTNBio.
Aval da Anvisa
Segundo o UOL, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai realizar nesta quarta-feira (31) uma reunião pública extraordinária para avaliar os novos pedidos de vacinas contra covid-19. A Diretoria Colegiada vai decidir se libera o uso emergencial do imunizante da Janssen, e a solicitação do Ministério da Saúde para autorização excepcional e temporária para importação e distribuição da vacina Covaxin.
Realizada por videoconferência, a reunião será transmitida ao vivo no canal da agência no YouTube. A reunião começa às 13h30.
Fonte: Governo Federal / UOL