Atualmente, o Brasil produz, em média, 360 mil doses diariamente
Um estudo conduzido pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC) da Unicamp, em Campinas (SP), apontou uma redução de até 57% no número de óbitos causados pela Covid-19 caso fossem produzidas e distribuídas 630 mil vacinas por dia no Brasil. A análise considerou a vacinação no período de 200 a 250 dias, durante pico da pandemia.
À frente da pesquisa , realizada em parceria com a Unesp , o pós-doutorando Thomas Vilches partiu da estimativa de produção atual, que chega a 360 mil vacinas diárias, para realizar a projeção. Para atingir 0,3% da população brasileira, com as 630 mil doses, o aumento na produção precisa ser de 75% o quanto antes.
“A ideia dessa pesquisa é mostrar que vacina boa é a que está disponível. Se a gente tem uma vacina que a gente consegue produzir aqui e tem possibilidade para vacinar, a gente consegue atingir valores muito bons de redução [de mortes]”, explicou Thomas.
Com o Instituto Butantan produzindo a CoronaVac e a Fiocruz fabricando a Covidshield, em parceria com a Astrazeneca, o número de mortes por coronavírus ainda poderia ser reduzido em até 75% se os fabricantes conseguirem atingir o patamar de 1,2 milhão de doses por dia.
Falta de insumos
Thomas Vilches explicou que, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é possível realizar a distribuição, mas a baixa produção atual é o que inviabiliza um maior número de doses disponibilizadas para a população.
Ele reiterou que, apesar dos centros de pesquisa terem afirmado a capacidade de produzir 1 milhão de doses por dia, a falta de materiais necessários atrasam o processo.
“O problema é que a gente tem uma demanda muito alta dos insumos pra vacina, o mundo inteiro quer isso. A finalização da compra da vacina, pelo menos, o sinal de interesse, talvez, deveria ter sido antes para haver uma organização.”.
Leia na íntegra: G1