Um grupo de pesquisadores que atuam no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh) participa de um estudo colaborativo internacional denominado SURG-Week, que é um braço do grupo de pesquisa Global & Covid Surg coordenado pela Universidade de Birmingham (Inglaterra). Como destaca o portal Notícias UFSC, trata-se de uma pesquisa de coorte multicêntrica internacional cujo objetivo é determinar o timing ideal para procedimentos cirúrgicos após infecção por SARS-CoV-2.
O pesquisador responsável por coordenar as ações na UFSC é o professor Humberto Fenner Lyra Júnior, do Departamento de Cirurgia. Também participam do estudo José Mauro dos Santos e João Carlos Costa de Oliveira, também professores do Departamento de Cirurgia da UFSC; o médico Tiago Rafael Onzi e a residente Nathalia Siqueira Julio, do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo do HU; e Marlus Tavares Gerber, médico do Serviço de Coloproctologia do Hospital.
Os primeiros resultados da pesquisa apontam que a cirurgia deve ser adiada por sete semanas após um paciente apresentar resultados positivos para Covid-19 . Os pesquisadores descobriram que os pacientes têm maior probabilidade de morrer (mais de duas vezes e meia) após as operações se o procedimento ocorrer nas seis semanas seguintes a um diagnóstico positivo para SARS-CoV-2. Também apresentam risco aumentado de morte pós-operatória aqueles com sintomas no momento da cirurgia. Liderados por especialistas da Universidade de Birmingham, mais de 25 mil cirurgiões trabalharam juntos como parte da Covid Surg Collaborative para coletar dados de 140.727 pacientes em 1.674 hospitais de 116 países, incluindo Austrália, Brasil, China, Índia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e EUA – criando um dos maiores e mais abrangentes estudos de cirurgia do mundo. Os achados foram publicados na revista Anesthesia.
O coautor principal, Dmitri Nepogodiev, da Universidade de Birmingham, comentou: “Recomendamos que, sempre que possível, a cirurgia seja adiada por pelo menos sete semanas após um resultado positivo do teste SARS-CoV-2, ou até que os sintomas desapareçam se os pacientes continuarem com sintomas por 7 semanas ou mais após o diagnóstico”, explicou. Aneel Bhangu, também da Universidade de Birmingham, acrescentou: “As decisões sobre o adiamento da cirurgia devem ser adaptadas para cada paciente, uma vez que as possíveis vantagens de um atraso mínimo de 7 semanas após o diagnóstico de SARS-CoV-2 devem ser balanceadas com os riscos potenciais de atraso. Para algumas cirurgias urgentes, por exemplo para tumores avançados, cirurgiões e pacientes podem decidir que os riscos de atraso não são justificados”.
Embora seja conhecido que a infecção com SARS-CoV-2 durante a cirurgia aumenta a mortalidade, e as diretrizes internacionais recomendem que a cirurgia deva ser adiada para pacientes com resultado positivo para Covid-19, há poucas evidências sobre a duração ideal do atraso.
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Fonte: Unidade de Comunicação Social/HU-UFSC – com informações do SURG-Week.