O Curso de Pedagogia da UFSC aprovou na última quarta-feira (24), por meio de suas instâncias deliberativas, um manifesto em solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras da educação em Santa Catarina e no Brasil. Os docentes destacam o momento crítico da pandemia de Covid-19, principalmente no estado catarinense, e se posicionam contrários ao retorno presencial das aulas para evitar uma situação sanitária ainda mais grave.
“A escola, além de ser o lócus da transmissão do conhecimento científico, é um espaço essencial de socialização. A prática pedagógica é mediada pela aproximação e contato entre docentes, estudantes e demais profissionais e pelo compartilhamento de brinquedos e objetos escolares, ainda que sob restrição sanitária. Não se pode considerar que o distanciamento social será cumprido à risca, em um espaço no qual a mediação e a interação social são a base das relações educativas escolares”, argumentam os professores no documento.
O manifesto cita o decreto estadual publicado na quarta-feira com novas restrições à circulação de pessoas e ao funcionamento de estabelecimentos, apontando que a reabertura das escolas pode agravar o quadro em Santa Catarina — que já atingiu uma taxa de ocupação das UTIs do SUS de 94%.
Quanto às novas medidas decretadas pelo governo estadual, professores ouvidos pela Apufsc apontaram que as restrições são insuficientes para conter avanço da Covid-19. O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (COSEMS/SC) também se manifestou em relação ao decreto, cobrando um posicionamento mais firme do governo.
Nesta quinta-feira (25), o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) confirmou lockdown em Santa Catarina para os dois próximos fins de semana. A medida recebe críticas, sendo considerada insuficiente para evitar a disseminação do vírus.