De acordo com matéria da Veja, investigação contra Milton Ribeiro expõe a dificuldade de se estabelecer o limite entre a liberdade de expressão e o crime
O professor Milton Ribeiro é o quarto ministro da Educação do governo Bolsonaro. Seus antecessores foram substituídos após se envolverem em barulhentas polêmicas que pouco ou quase nada tinham a ver com a tarefa de comandar uma das pastas mais importantes da Esplanada. Ricardo Vélez, o primeiro a ocupar o cargo, foi demitido após afirmar, entre vários absurdos, que os turistas brasileiros se comportavam como canibais, roubando toalhas de hotel e assentos salva-vidas de avião. O sucessor dele, Abraham Weintraub, sucumbiu depois de chamar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de “vagabundos”.
Já Carlos Decotelli, o terceiro, nem acomodou-se direito na cadeira. Caiu depois de afirmar que havia concluído cursos de doutorado e pós-doutorado no exterior — e era mentira. Pastor da Igreja Presbiteriana, Ribeiro é diferente de seus antecessores. Ex-reitor de uma respeitada universidade privada, ele é bem mais discreto e, ao contrário de muitos de seus colegas, não cultua o mau hábito de militar nas redes sociais. Desde que tomou posse, há pouco mais de seis meses, decidiu conceder pouquíssimas entrevistas, para evitar se expor. Uma delas, no entanto, foi suficiente.
O ministro disse ao jornal O Estado de S. Paulo que “não é normal” ser homossexual e que gays são reflexo de “famílias desajustadas”. Afirmou também que um “adolescente muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo” e que decidir por se relacionar afetivamente com pessoas do mesmo sexo “são questões de valores e princípios”.
Para a advogada e desembargadora aposentada Cecília Mello, a iniciativa de processar o ministro tem um “efeito didático” e evita que crenças possam influir na elaboração de políticas educacionais.
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