Objetivo é garantir a segurança dos profissionais da educação, em virtude da retomada das aulas presenciais em Santa Catarina, como mostra a Agência AL
Um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa inclui os professores e demais profissionais de educação no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19, antes do início das aulas presenciais em Santa Catarina. O texto, de autoria dos deputados que compõem a Bancada do PT na Alesc, determina que nenhum profissional da Educação seria obrigado ao trabalho presencial sem que o Estado tenha disponibilizado a vacina.
O PL 2/2021 é prioridade para a deputada Luciane Carminatti (PT). Professora e presidente da Comissão de Educação, ela ressalta que os professores já são considerados público prioritário no Plano Estadual de Imunização, mas alerta que a quarta fase da campanha é muito tardia. “Quase 20% da população catarinense será afetada pelo retorno às aulas presenciais neste mês de fevereiro. A exposição desse enorme contingente ao risco de contaminação pode ser muito minimizada se os professores forem vacinados agora”, defende a parlamentar.
Dados da secretaria estadual da Saúde indicam a necessidade de 122.788 mil doses para atender os professores em Santa Catarina, sem contar trabalhadores relacionados, como merendeiras e motoristas do transporte escolar, para os quais ainda não há estatística.
Educação foi uma das mais afetadas pela pandemia
As atividades escolares estão entre as mais prejudicadas pela pandemia, com a interrupção das aulas presenciais por mais de oito meses e inúmeras barreiras impostas pelo ensino remoto, como a exclusão digital.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicou quatro anos de regressão na educação brasileira como impacto da Covid-19. A simulação a partir de dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), identificou uma perda de até o equivalente ao retorno à proficiência brasileira na avaliação de quatro anos atrás (entre 2015 e 2017) em língua portuguesa e de três em matemática (2017) no Ensino Fundamental Anos Finais.
Em todo o país, órgãos e entidades estão mobilizados pela vacinação prioritária dos profissionais da Educação. “A estimativa é de 2 milhões de professores no Brasil. Nosso país já deu conta de vacinar 10 milhões de crianças por dia em outras campanhas. Ou seja, logística e condições tem, o que falta é empenho do governo”, destacou Luciane Carminatti.
Defendem a causa a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o Movimento Todos pela Educação, a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais em Educação), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, entre outros.
Fonte: Agência AL