O sistema e-SUS APS, utilizado em Unidades Básicas de Saúde de 77% dos municípios brasileiros, foi escolhido para o registo da vacinação onde as equipes de saúde não são informatizadas
A estratégia de informatização da Atenção Primária e-SUS APS, desenvolvida pelo Laboratório Bridge, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi escolhida para ser um dos dois canais de registro oficial da vacinação no Brasil. O sistema, utilizado em Unidades Básicas de Saúde de 77% dos municípios brasileiros, foi escolhido para o registo da vacinação em municípios com equipes de saúde não informatizadas – ou seja, sem equipamentos e/ou sem conexão com a internet.
Com quase 30% dos municípios possuindo equipes nessa condição, o uso do e-SUS APS será de vital importância para monitorar o andamento da vacinação no país, especialmente nas cidades menores e no interior.
Para a vacinação contra a Covid-19, que não está prevista no Calendário de Vacinação Nacional, o Laboratório criou uma nova funcionalidade dentro do módulo de vacinação já existente do e-SUS APS.
A estratégia e-SUS APS começou a ser desenvolvida pelo Laboratório em 2013. A escolha do sistema foi comemorada por Jades Hammes, Diretor Executivo do Laboratório Bridge. “Estamos ajudando a salvar vidas com o registro da vacina. É a nossa missão: pesquisar, propor e desenvolver soluções tecnológicas para melhorar a gestão pública“, afirma.
O Bridge disponibilizará a novidade para as Unidades Básicas de Saúde assim que a campanha de vacinação for iniciada e enviará os dados ao Ministério da Saúde. A divulgação, tratamento e transparência dos dados serão responsabilidade do Ministério.
Como funciona o registro
Cada pessoa vacinada nos municípios designados terá a ação registrada no seu Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), o ‘registro médico’ informatizado do sistema.
Nos municípios sem conectividade, as equipes usarão o sistema de Coleta de Dados Simplificada (CDS) do e-SUS APS, que une as formas física (com fichas de papel a serem preenchidas no momento da aplicação) com a digital (posterior digitação dos dados no CDS).
Gabriel Geraldeli, Diretor de Operações do Laboratório, explica o fluxo de registro, que já acontece normalmente nessas localidades. “O CDS tem a funcionalidade de exportar dados em formato de arquivo. Assim, o profissional os salva em um pen drive e importa em outra instalação, outro bairro por exemplo, que tenha conectividade. Neste local se transmitem os dados para o Centralizador Nacional”.
Em cada vacinação realizada, além de dados de registro normais, será anotado o motivo da vacinação (qual público-alvo prioritário o cidadão se enquadra) e o tipo de imunizante aplicado. Assim, o sistema também auxilia na organização para a 2ª dose da vacinação. “Se o cidadão recebe de um laboratório a 1ª dose, a 2ª também tem de ser”, explica Geraldeli.
Já para municípios com equipes informatizadas, o registro da vacinação será no Novo SIPNI (Sistema de Informação do Plano Nacional de Imunização), também disponibilizado pelo Ministério da Saúde.
Orgulho
O Laboratório mobilizou duas equipes inteiras para o desenvolvimento da nova funcionalidade. Além de profissionais especialistas, diversos colaboradores são estudantes da UFSC, bolsistas de extensão do Laboratório que se orgulham de fazer parte de um momento decisivo para o país.
Os municípios brasileiros podem utilizar de maneira gratuita em suas Unidades Básicas de Saúde o e-SUS APS, que engloba o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) e a Coleta de Dados Simplificada (CDS).
O Laboratório Bridge contribui no combate à Covid-19 desde março de 2020, quando desenvolveu a plataforma O Brasil Conta Comigo. Desde então, mais de um milhão de profissionais de saúde foram cadastrados, com mais de 400 mil recebendo curso de capacitação no combate à doença. Através da plataforma, os estados acessam quais profissionais estão dispostos a atuar no enfrentamento do novo coronavírus.
Fonte: Notícias UFSC