Reportagem do G1 destaca que mais de 800 milhões de alunos em todo o mundo ainda enfrentam interrupções de aulas; Brasil e outros quatro países têm o período mais prolongado de fechamento de escolas: 40 semanas
Relatório divulgado pela Unesco neste domingo, 24, mostra que as escolas de todo o mundo passaram em média 2/3 do ano letivo fechadas por causa da pandemia. Mais de 800 milhões de estudantes – o que equivale a mais da metade da população estudantil mundial – ainda enfrentam interrupções de aulas.
A duração dos fechamentos passou de sete meses (29 semanas) em média na América Latina e no Caribe, ante a média global de 5,5 meses (22 semanas) – o equivalente a dois terços de um ano letivo.
O Brasil está entre os países com o período mais prolongado de fechamento das escolas: 40 semanas. Outros países com o mesmo número de semanas são Chile, Argentina, Moçambique e Etiópia. Nos Estados Unidos, país mais afetado pela pandemia no mundo, o período de fechamento é de 38 semanas.
O levantamento mostra ainda que os governos têm se esforçado para minimizar os fechamentos em todo o país. No pior momento da pandemia, em abril de 2020, os fechamentos das escolas atingiram 190 países. Hoje é uma realidade em 30 países. Em 48 países, os fechamentos são parciais. Em 101 países, as escolas estão totalmente abertas.
“O fechamento prolongado de instituições de ensino está causando impacto psicossocial crescente nos alunos, aumentando as perdas de aprendizagem e o risco de abandono escolar, afetando desproporcionalmente os mais vulneráveis. O fechamento total das escolas deve, portanto, ser o último recurso e reabri-las com segurança, uma prioridade”, disse Audrey Azoulay, diretora geral da Unesco.
Apelo por financiamentos
Segundo Audrey, é preciso um pacote de recuperação com financiamento adequado para reabrir as escolas com segurança, visando os mais necessitados e colocando a educação de volta nos trilhos.
O levantamento da Unesco mostra que, antes da pandemia, apenas 1 em cada 5 países assumiu compromisso com a equidade na educação por meio de mecanismos de financiamento. O setor recebe apenas 0,78% dos pacotes de ajuda em todo o mundo. Além disso, a ajuda à educação deve diminuir em 12% por causa da pandemia. A Unesco chama a atenção para a baixa prioridade atribuída à educação nos esforços de recuperação.
Para permitir um retorno seguro à escola, a Unesco apelou para que 100 milhões de professores e educadores de todo o mundo tenham prioridade nas campanhas de vacinação.
Leia na íntegra: G1