Dados da Pnad Covid mostram que o porcentual de alunos sem qualquer tipo de atividade escolar é maior quanto menor é a renda domiciliar
Na tentativa de buscar uma solução para a desigualdade no acesso a ensino remoto na pandemia, o Congresso Nacional quer aprovar um projeto de lei que destina R$ 3,5 bilhões para a compra de tablets e pacotes de dados para 14 milhões de alunos de baixa renda e mais de um milhão de professores da rede pública. O relatório da deputada Tabata Amaral (PDT-SP), antecipado ao Estadão, deve ser votado nesta quinta-feira (17) na Câmara dos Deputados.
Dados da Pnad Covid mostram que o porcentual de alunos sem qualquer tipo de atividade escolar é maior quanto menor é a renda domiciliar, ou seja, os mais vulneráveis são justamente as famílias de baixa renda. Em outubro, apenas 5,8% dos alunos cuja renda domiciliar é maior que quatro salários mínimos (R$ 4.180) estavam sem qualquer tipo de atividade, contra 17,9% no caso de famílias com renda abaixo de meio salário mínimo (R$ 522,50). Em setembro, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse em entrevista ao Estadão que acesso à internet não era tema do MEC.
O problema da conectividade entrou no radar não apenas de educadores, mas de economistas que veem risco no apagão de ensino à população mais vulnerável. A desigualdade de acesso ao estudo na pandemia pode ampliar a evasão, comprometer o aprendizado e afetar a produtividade e a renda desses futuros trabalhadores. No limite, todos esses fatores podem ter impactos negativos para o crescimento do País e para indicadores sociais como criminalidade, saúde, saneamento e desigualdade.
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