Por Raul Valentim da Silva
A ciência ateia dos humanos acredita que o Universo originou-se do nada. Chega a especular que este “nada” original pode ter contido o que existe no Universo que conhecemos, incluindo os 95% das misteriosas matéria e energia escuras. De qualquer forma, no Big Bang toda esta matéria e energia estavam concentradas num ponto muito pequeno.
Para dar a partida na formação do Universo certamente foi indispensável o acionamento da mecânica quântica e da física, devidamente respaldadas na matemática e na sua correspondente lógica. Sem elas não haveriam os átomos. A química foi construída a partir das estrelas, com a criação dos elementos que compõem a tabela periódica. Estas ciências e os materiais e forças gerados por elas permitiram a criação da vida e da biologia que, através da evolução, propiciaram o aparecimento dos seres humanos.
Assim, existe uma Ciência Universal que moldou todo o Cosmos e a vida diversificada existente na Terra. Os humanos com suas qualificações diferenciadas vêm conseguindo ao longo dos tempos “desvendar” uma parcela muito pequena desta ciência extremamente abrangente. Ela é o software que rege e harmoniza sistemicamente todos os fenômenos que ocorrem no Universo.
Estamos vivenciando uma pandemia provocada por um vírus. Tais organismos não são normalmente classificados como seres vivos, mas é altamente surpreendente sua capacidade de multiplicação e de sobrevivência. Dentro do referido contexto ateu, este vírus é necessariamente obra da ciência universal e do acaso de mutações genéticas bem sucedidas.
Mais surpreendente é a capacidade de reação do sistema imunológico humano, que conseguiu montar rapidamente um sistema de defesa altamente eficaz e efetivo. A ciência universal criou o ser humano no contexto da seleção natural. As vacinas que a humanidade científica vem desenvolvendo consistem basicamente em formas diferentes de acionamento antecipado deste maravilhoso sistema imunológico que na visão ateia é obra do acaso de mutações genéticas.
Na pandemia os humanos vêm conseguindo operacionalizar sistemas altamente sofisticados de processamento de informações e de comunicação. Novamente a ciência universal é que está sendo intensivamente utilizada. As propriedades dos materiais disponíveis na Terra e as leis da física que regulam ondas eletromagnéticas é que propiciam tais utilizações altamente benéficas. As capacidades intelectuais dos humanos também resultam, no modelo ateu, da ciência universal criada pelo acaso.
No Big Bang original estavam imersas todas as premissas indispensáveis para a criação da surpreendente e deslumbrante ciência universal. Felizmente, o “Deus” acaso também estava devidamente inserido.
Raul Valentim da Silva é professor aposentado do Centro Tecnológico (CTC) da UFSC.