Reportagem da Agência Pública mostra, a partir de denúncias de ex-professores, como a Laureate fraudava documentos para obter credenciamento
O início de novembro foi marcado por uma notícia que mexeu com o mercado da educação superior privada. A Laureate Brasil, uma gigante da educação superior com dezenas de universidades no país e mais de 260 mil alunos, foi vendida por R$ 4,4 bilhões ao grupo Ânima – dono da Universidade São Judas, em São Paulo.
Ao mesmo tempo que a Laureate aguardava o desfecho da venda de sua operação brasileira, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo ingressou em setembro com uma ação civil pública para que a União, por meio do Ministério da Educação (MEC), realize “os devidos processos fiscalizatórios das instituições de ensino – IES do Grupo Educacional Laureate”.
A ação do MPF foi motivada por reportagens da Agência Pública e por denúncias feitas pelo mandato do deputado estadual por São Paulo Carlos Giannazi (Psol), que reuniu num dossiê denúncias e documentos de ex-professores do grupo educacional. As denúncias se referem a atas de reuniões que teriam sido forjadas para o reconhecimento de cursos no MEC e à atuação de docentes em cursos fora de sua área de formação, sem que os alunos soubessem. Também se refere ao uso de robôs para correção de provas no lugar de professores sem que os alunos soubessem.
Segundo a ação do MPF, as irregularidades revelam “falsificação de documentos, declarações falsas, ludibriações de agentes fiscais do MEC, entre outras, para conseguir o credenciamento e o recredenciamento de seus cursos [Laureate] junto ao MEC, além de boas avaliações destes cursos”.
Leia na íntegra: Agência Pública