Com Grupo Especial, diretoria está presente nas unidades de Blumenau, Joinville, Curitibanos e Araranguá
Desde 2018, a Apufsc-Sindical mantém representantes diretos da diretoria nos quatro campi do interior, com o objetivo de aproximar o sindicato dos professores e professoras que atuam nas unidades de Blumenau, Joinville, Curitibanos e Araranguá.
Nesta gestão, o Grupo Especial para Atividades Sindicais nos Campi é constituído pela docente Graziela Richetti, do Departamento de Ciências Exatas e Educação (CEE/Blumenau), Giuliano Moraes Figueiró, professor da Coordenadoria especial de Biociências e Saúde Única (BSU/Curitibanos) e Rafael Gallina Delatorre, professor do Departamento de Engenharias da Mobilidade (EMB/Joinville). Em Araranguá, o professor Bernardo Borges, que já atuava em nome da Apufsc no campus na gestão passada, assumiu temporariamente essa função, até que seja indicado um novo nome.
Os docentes que compõem o Grupo Especial são representantes da diretoria, ainda que estatutariamente não sejam constituídos como diretores. Para isso, é necessária uma mudança no Estatuto, que acabou não sendo concretizada neste ano por conta da pandemia.
“Esse grupo é a diretoria nos campi e os campi na diretoria, afinal essa é a estrutura da UFSC há mais de dez anos”, diz Bebeto Marques, presidente do sindicato. “São porta-vozes da Apufsc, mas também são os olhos do nosso sindicato nessas unidades para identificar as necessidades da categoria.”
A quilômetros de distância, cada um em seu campus e em sua área de atividade, esses professores têm muito em comum. Além de acreditarem na importância da atividade sindical em defesa da educação pública e da carreira docente, eles fazem parte de uma nova geração de professores, que está há menos de uma década na UFSC. Esse grupo já representa mais de 60% do quadro docente da universidade. E nos campi do interior, criados a partir de 2009, esses professores e professoras são quase a totalidade.
Essa característica impõe aos quatro representantes da Apufsc um grande desafio: engajar os professores e professoras mais jovens nas atividades sindicais e mostrar a eles a importância da organização coletiva. “É uma geração de professores que entrou em uma carreira muito boa, com dois grandes acordos salariais, investimento nas universidades, e acha que sempre foi assim”, diz Bernardo Borges, de Araranguá.
Em Joinville, Rafael Gallina Delatorre compartilha da mesma visão e reforça a necessidade de uma mudança de postura, especialmente neste momento. “Estamos vivendo novamente uma política de desmonte, de desvalorização do servidor público. Os professores estão focados em suas atividades e acabam perdendo essa visão geral, sem entender como questões nacionais afetam cada um de nós.”
Ao falar da importância do sindicato nos campi, Giuliano Moraes Figueiró, de Curitibanos, avalia que a categoria tem ainda mais motivos para se unir neste momento em que há uma tentativa de colocar a universidade pública contra a sociedade. Em Blumenau, Graziela Richetti também vê uma oportunidade de ampliar o engajamento dos docentes, com o sindicato ainda mais presente e atuando para esclarecer temas sensíveis à categoria. “Precisamos mostrar como a mobilização coletiva pode proteger o ensino público, a carreira e as condições de trabalho dos professores.”
Hoje, a maior parte dos filiados e filiadas à Apufsc está em Florianópolis: são cerca de 2,9 mil sindicalizados. Em Araranguá, são 41; em Curitibanos, 37; em Joinville, 35 e em Blumenau, o campus mais recente, 18.
Olhos da Apufsc nos campi
Os representantes da Apufsc nos campi também veem no sindicato uma possibilidade de colocar em pauta problemas que afetam o dia a dia dos professores dessas unidades e mobilizá-los em busca de soluções junto à reitoria. Em geral, todos mencionam uma carga de trabalho administrativo excessiva, principalmente porque o quadro de docentes nas unidades do interior ainda não está completo.
“Em Araranguá, temos demandas que em Florianópolis não existem há algum tempo. Salas coletivas de professores, além de uma carga administrativa elevada, pouco incentivo à pesquisa,” diz Bernardo Borges. O campus de Araranguá oferece atualmente cinco cursos de graduação (Tecnologias da Informação e Comunicação, Engenharia de Computação, Engenharia de Energia, Fisioterapia e Medicina), além de quatro programas de mestrado. No total, são 1400 alunos e 150 servidores. Uma das estruturas da UFSC no Campus é alugada. Um novo bloco, que vai abrigar os cursos da área da saúde, está em obras desde 2018, mas ainda não foi concluído.
Dez anos depois da inauguração, o campus de Curitibanos também está longe de ter uma estrutura física completa. “Precisamos nos unir para conseguir recursos e concluir a estrutura física da universidade. Não temos um hospital veterinário, por exemplo. Algumas instalações são compartilhadas com o Governo do Estado”, lembra Giuliano Moraes Figueiró. A UFSC Curitibanos oferece três cursos de graduação, com 1016 estudantes, e programas de pós-graduação. No total, são 80 professores.
O campus de Joinville tem uma situação peculiar. Já está em sua terceira sede alugada desde a criação em 2009. As obras da sede própria foram paralisadas em 2013 por falta de verbas. Há três anos, as unidades acadêmicas e administrativas ficam dentro do condomínio empresarial Perini, situado na Zona Industrial Norte do município. O campus oferece oito cursos de graduação e dois de mestrado. São 1780 alunos e 100 docentes na unidade. “Nos sentimos numa bolha, como se estivéssemos dentro de uma indústria. Até a entrada é controlada e estamos longe da cidade”, relata o professor Rafael Gallina Delatorre. “A relacionamento com o sindicato pode reduzir esse isolamento, nos colocando em contato com colegas de outras áreas, mais experientes e politizados.”
Entre os campi do interior, o de Blumenau é o mais recente: foi inaugurado em 2013. Na unidade, são oferecidos cinco cursos de graduação, dois mestrados profissionais e dois mestrados acadêmicos para cerca de 1000 estudantes. São 106 docentes nesse campus. Mas para o quadro ficar completo, seriam necessários mais 20 professores. “Isso tem gerado uma carga de trabalho excessiva, muitas atividades administrativas. Esse é um ponto sensível aqui no campus”, diz Graziela Richetti. “Um de nossos primeiros desafios será mostrar aos professores que o sindicato está além de questões político-partidárias e que a união da categoria é importante para todos nós.”
Imprensa Apufsc