Medida foi tomada após professores denunciarem perseguição política na UFC
Em Assembleia Geral Extraordinária Virtual convocada pela ADUFC e realizada nesta sexta-feira, 25, professores das universidades federais do Ceará aprovaram a criação de um Observatório do Assédio Moral e o apoio às frentes nacionais de luta da campanha “Fora Bolsonaro!”. O movimento “Fora interventor!” também ganhou força, principalmente após as perseguições políticas denunciadas por docentes da Faculdade de Direito (FADIR) da Universidade Federal do Ceará (UFC), intensificadas na última semana.
A ideia é que o Observatório atue em duas frentes principais: subsidiar e ajudar as vítimas de assédio moral dentro das universidades federais do Ceará; e realizar campanhas de conscientização sobre a gravidade do tema, não somente para que os docentes saibam reconhecer situações de assédio, mas que também as iniciativas gerem um ambiente de discussão na tentativa de prevenir esse tipo de ação. Diversos professores/as das três universidades federais presentes à Assembleia já manifestaram interesse em compor o grupo, que deve iniciar as atividades nos próximos dias.
O plano inicial é que o Observatório comece suas atividades com um grupo pequeno, de cerca de oito representantes da comunidade interna – docentes e técnico-administrativos da UFC, UFCA (Universidade Federal do Cariri) e UNILAB (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira), mais um membro do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFC.
Devem ser feitos convites ainda a órgãos e entidades como como Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Ceará), Defensoria Pública da União e Conselho Estadual de Direitos Humanos, com apoio da Assessoria Jurídica da ADUFC. “Monitorar e emitir relatórios em parceria com esses membros externos podem garantir a legitimação social desse observatório”, disse a Profª Beatriz Xavier, que integra o grupo de docentes processados pelo diretor da FADIR e também o Conselho de Representantes da ADUFC.
O anúncio da possível criação do observatório foi feito pela direção da ADUFC já no último dia 18, quando começou a repercussão em defesa do restabelecimento da autonomia universitária e contra o autoritarismo na UFC – que está sob intervenção há pouco mais de um ano. “As manifestações dentro e fora do país reforçam os perigos da perseguição que ficou evidente no caso da UFC e mostram que ninguém fica calado diante do autoritarismo”, disse o presidente do sindicato, Prof. Bruno Rocha, acrescentando que as estratégias de defesa precisam ser ampliadas para que esse autoritarismo não avance. A Assembleia também aprovou, a partir do trabalho do observatório, levar uma posterior discussão para o Conselho de Representantes para a tomada de ações mais contundentes.
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